CAMINHANDO NA PROCURA DO SER por Artur Alonso

 

Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores” (Khalil Gibran)


A Simbologia da Continua Mudança

A Foice de Saturno – com a que o filho destronou ao Criador, seu pai, Úrano (O Varuna Indiano) –

marca o movimento continuo de renovação e revezo do ordenamento cósmico e natural – que é requerido sempre pela “continua mudança”

Úrano -Cronos -Zeus / Úrano -Saturno-Júpiter representantes do pensamento patriarcal religioso e político, através das diversas Eras – agora, devagar terão que dar cabida a Filha e Mãe Cósmicas e da Natureza – afastadas ao decair o ciclo da Deusa Matriarcal – anterior ao patriarcado…

Um lugar para o masculino e feminino se equilibrar – naquele simbolismo dos “Gémeos Espirituais” – do qual em outros textos temos falado.

Zeus - Júpiter – filho libertado – que se torna Pai – associado a peixes – e a Sagitário

Sendo Sagitário o signo das crenças filosóficas e da força maior que governa a natureza

Enquanto o Pai Saturno – mantêm consigo a força do Carneiro – Capricórnio – o Poder da Terra.

Simbolismo dos ciclos – Uma velha ordem – dando lugar a uma nova ordem:

Úrano – Cronos – Zeus / Úrano – Saturno – Júpiter

Egregóras Primordiais, condensadoras dos círculos do conhecimento ou Noosfera:

– Deusa Matriarcal – Induismo – Paganismo (Egito, mundo greco-romano, celta e germano) – Zoroastrismo – Judaísmo – Budismo – Cristianismo e Islão…

A guia do filho – que se torna Pai no processo – Ate atingir a unidade no Todo – Uno – tem muito a ver com a Transformação astrológica do Saturno Obscuro no Harmonioso Saturno da Idade de Ouro Mitológica

Estabelecimento de Saturno como Reitor Interior – por meio da Força Marte (aplicada a luta ou Yihad interna para conseguir a transformação cármica) – unida ao poder conciliador de Júpiter (Princípio Amoroso) – Harmonizando a balança do amor e rigor com o entendimento do Caminho do Meio - Para finalmente renascer no Saturno Dourado – da “Reintegração na Unidade”

Saber o experimentar a boa observação que auxilia na interior calma:

Observar a Mente como uma Energia Estática – e o Pensamento como Energia Dinâmica

Controlar a energia dinâmica do pensamento – através da Meditação que nos situa no centro da energia estática da Mente – o Silencio interior – na contemplação da natureza como ferramenta para descongestionar e diluir o fluxo de constantes pensamentos…

A Mente limpa de pensamentos carregados de dúvida - permite um melhor exercício da vontade. 

A vontade como semente do poder psicológico associada ao lado masculino – dá direção ao inconsciente vital recetor associado ao lado feminino que mantêm a força em latência (como todas suas possibilidades de escolha abertas, segundo as potencialidades), a espera dessa força ser direcionada.

A sabedoria da decisão consiste em compreender a verdade da ignorância – e a importância do acesso a determinado conhecimento que, dentro de cada determinada situação – acontecimento poda possibilitar uma eleição razoável. Aqui a boa intuição auxilia, segundo a tónica evolutiva de cada ser, a sua experiência e a sua formação humana, académica...


A necessidade de evolução por meio da interior e exterior transformação

Ao transformar Saturno de tirano organizador do tempo – em mentor do filho – que procura a luz – vamos ver surgir a tona todas nossas armadilhas mentais e todas nossas limitações psicológicas – Podendo iniciar a transformação das mesmas e a derrubada, posterior, dos limites – com o auxilio do filho de poder – que sabe utilizar rigor Marcial e do filho do amor que entende como ativar a resolução do Júpiter solar – junto ao poder da Inteligência Mercurial que pode marcar o caminho do meio

Entendendo a força simbólica dos mitos – estes podem ser utilizados para a transformação honesta do ser humano instintivo, agressivo, impulsado pelo desejo de gozar e evadir a dor – em um novo ser humano racional – intuitivo que por cima das suas alterações emocionais – trabalha as decisões de seu livre arbítrio em beneficio do seu bem – Para tornar-se bondoso – e no beneficio do bem comum – Para estender sua bondade ao mundo em forma de compreensão, rigor e justiça

Reafirmando a beleza da vida.

Saturno como Pai da serenidade e ansiedade – nos lembra, como dizia Marsílio Ficino (Segundo afirmam Ariel Gutman e Kenneth Johnson), que os seres humanos mais avançados no estudo profundo – estão mais propensos a sofrer as aflições saturninas – necessitando encontrar o caminho interior da transformação das mesmas… Tornar o Saturno obscuro no Saturo Dourado

Ate chegar a interior virada de ciclo – onde a velha personalidade é substituída pela nova mais evoluída – Essas mudanças de personalidade que poderão no seu momento preciso (na sua precisa vida), atingir a dissolução do ego

A partir do 25 de dezembro o velho Pai – Saturno – vai ser substituído pelo novo bebe – Zeus - Júpiter – Anunciando o solar nascimento em que o dia começa ganhar a partida à noite - Daí a festividade romana das “Saturnais”

Esse caminho da transformação interna – iniciado na procura de ativar a bondade interior – para exteriorizar o Bem Comum – Simboliza o caminho oculto de poder chegar a conexão com o ser bem-aventurado e invencível, que segundo Simão o Mago, reside em todos nós. Reside escondido, em potencia não em ato.

Achar dentro de nós o poder da potencia incriada. Conseguir a conexão com a Fonte Original é o grande trabalho de todos nós, irmãos e irmãs no caminho, em procura do valor honesto em nós, e na sociedade a sonhada fraternidade

Quem se mantém erguido em cima na potencia incriada; quem se mantém erguido, aqui em baixo, havendo sido criado pela imagem refletida na correnteza das águas; será quem se manterá erguido de novo, em cima, junto à potencia infinita, quando se tornar perfeitamente igual a ela” lembra Julius Evole na sua “Tradição Hermética”


Sociedade Material – Sociedade Espiritual

"Se quisermos alcançar resultados nunca antes alcançados, devemos empregar métodos nunca antes testados" (Francis Bacon)

A sociedade tradicional espiritualista, se diferencia da progressista materialista, na ideia central do “foco de atenção” – Sendo a sociedade atual progressista materialista profana – centrada nas diversas focagens do profano materialista: desde o humanista ate o trans-humanista, com suas diversa variantes. Enquanto a sociedade tradicionalista espiritualista pré-moderna, centrava sua focagem na tradição sagrada.

A tradição sagrada, guarda ainda o contanto coracional do ser humano com a natureza sacralizada. A natureza é vista hoje desde a ótica racional cientifica. Este aspeto cientifico teve de apartar-se da espiritualidade, definitivamente no Iluminismo, para confrontar o crescente fanatismo e superstição religiosa. A religião se tinha tornado muito limitadora ao progresso material cientifico tecnológico.

A vitoria do racionalismo material, naquela época, permitiu o avanço espetacular dos séculos XVIII, XIX e XX. Neste novo século XXI o progresso cientifico não acompanhado de um equilibrador transcendental espiritual, tornou-se entrópico ao avançar em excesso sem ter uma taça filosofal que lhe permita conservar e ré-orientar esse avanço.

Trabalhos intensos, no plano das ideias, como o do Grupo Eranos, vai criar uma ponte maravilhosa para voltar unir as velhas dicotomias: ciência e espiritualidade. Abrindo o caminho para um Novo Paradigma que permita atingir a necessária dança da eterna mudança, sem excessivo atrito

A filosofia materialista, que todavia acompanha o contínuo progresso material cientifico tecnológico, se tornou supersticiosa, teimosa do ser humano poder alcançar quotas criativas antes reservadas aos Deuses. A Inteligência artificial, acompanhada da visão filosófica transhumanista abre as portas dum futuro muito incerto, devido a tónica evolutiva humana não estar preparada para tal desempenho.

O ser humano não conhece ainda suas potencialidades. As potencialidades e a essência do ser homem – ser mulher, está ainda por descortinar, Embarcar-se numa viagem de desconstrução dessa dualidade homem – mulher, ser humano – ser transcendental, em favor dum incerto caminho trans-humanista assemelha não ser o mais apropriado. 

O ser humano ainda tem que descobrir todas as profundidades da sua psique como homem como mulher, e a sua vez todo o significado do humano como ser transcendente.

Tem de descobrir o profundo conhecimento introspetivo que lhe auxilie nessa descoberta das potencialidades da sua psique; assim como também ter acesso ao profundo conhecimento espiritual que o encaminhe para vivenciar seu poder intuicional, adormecido por um excesso de racionalidade. 

Racionalidade excessiva, que foi necessária pelo desenvolvimento histórico evolutivo de rejeitar a superstição e encaminhar-se pela senda do conhecimento científico.

Agora experimentado o caminho racional, o ser humano precisa voltar a uma conexão com sua espiritualidade, fora da velha superstição religiosa, para conhecer, agora, o caminho intuicional da conexão profunda com seu ser transcendental. Voltar a conexão com a natureza e com seu espírito interno.

Deixar um tempo para conviver com a contemplação e o silêncio. 


Abrir-se ao caminho do novo conhecimento


Esse conhecimento tem de ser aberto. O conhecimento guardado em cofiarias, proporcionado apenas a uma elite avançada, em épocas passadas, deve ser agora, devagar aberto a toda a humanidade, para que os seres humanos possam encontrar-se primeiro a si mesmos e depois entre eles…

Sabendo que a violência que se vivência na sociedade é uma projeção da violência que carregamos dentro... Pacificar o interior é uma necessidade de mera sobrevivência

Um excessivo avanço de implementação da Inteligência Artificial combinada com a inteligência humana, não sendo bem orientado, pode desembocar numa desorientação profunda da mesma humanidade. 

Daí ser preciso agora um novo conservadorismo tradicionalista, para os trunfos adquiridos no ciclo de progresso entrar na taça da conservação, para avaliar o caminho, ver como manejar os novos ritmos e avançar, devagar, ate um futuro que, de não cumprir suas fases necessárias de conservação pode mesmo criar situações entrópicas auto-destrutivas para a humanidade, impedindo futuros progressos.

Consumismo, pragmatismo racional e individualismo exacerbado chegaram a seu fim. Se impõe o ser sobre o ter, como intuiu acertadamente Eric Fromm; se impõe o pesquisar a luz interior sobre o pragmatismo niilista: por que a luz interior que procura novos mundos dentro do ser é mais atual em tempos de fronteira, de transição. Se impõe o coletivo, mas mantendo a individualidade dentro do todo, pois esta conceção tem mais a ver com a ajuda mútua da rede natural da vida, que a separação ególatra em concorrência com os outros, para criar espaços onde realizar sua egolatria… Estamos pois nos tempos de resgatar a velha tradição para dar-lhe um novo sentido. Tempos de mudança cíclica.

A velha tradição das velhas sociedades foi de predomínio do simbólico sobre o racional, a nova tradição da modernidade e pós modernidade está sustentada sobre o domínio da ração sobre a simbólica intuição. Agora estamos no tempo de combinar as duas, na nova taça da esperança e da conservação, para desacelerar os ritmos entrópicos, e dar-lhe uma nova cadencia mais adequada a “verdadeira” evolução humana, respeitando os ciclos humanos de assimilação e adaptação ao meio. Junto ao respeito dos mesmos ciclos na natureza.

A ética protestante e o espírito do capitalismo, descrito por Max Weber foi destroçada pelo poder monopolico das grandes corporações transnacionais privadas. Um novo estado socialista tradicionalista e conservador terá de confrontar esse modelo. Ocidente pós moderno em entropia contra um Oriente, que no centro euro-asiático tenta renascer – Para evitar que aquela reflexão de: “O capitalismo avançado e suas tecnologias biogenéticas geram uma forma perversa do pós-humano” de Rosi Braidotti, chegue atingir suas piores consequências




O Oriente como orientador

Daria Dugina, a filosofa neoplatónica ortodoxa russa, falecida num atentado no 20 de agosto de 2022, afirmava dentro da visão do seu “Otimismo Escatológico” que: “O coração russo é capaz de ter compaixão e empatia pelas pessoas e pelo mundo, absorvendo em sua totalidade a humanidade do ser. Ao contrário do sujeito ocidental que ataca a natureza no espírito de Francis Bacon ou compete com outros sujeitos no espírito do “homem-lobo” de Hobbes, o sujeito russo faz da sua fraqueza a sua força, re-conecta o mundo, torna-o completo, e cura as suas feridas”, segundo foi explicado por N.V. Melentieva durante a celebração do Congresso Eurasiático de Filósofos, em fevereiro de 2024

Alexander Prokhanov no seu artigo intitulado "Ano Após Ano" também de fevereiro de 2024, afirmava que ainda hoje: "continuam as disputas seculares entre ocidentais e eslavófilos, entre o príncipe Kurbsky e Ivan, o Terrível, entre Herzen e Aksakov, entre Vlasov e Stalin, entre os pacifistas da perestroika e os ideólogos da campanha afegã. Essas são lutas de rachas que atravessam toda a história do Estado russo" Vemos aqui, como o espírito russo sempre esteve, internamente, debatendo-se sobre sua verdadeira identidade: Europa – Ásia? Eurásia – mais europeia ou uma Eurásia mais asiática?

Sendo que aquela Rússia que sonhava ser europeia, já não tem muita cabida na atual visão geopolítica de confronto europeu – russo. Agora, por necessidade mesmo de sobrevivência o Estado Russo acha preciso iniciar um divorcio total com uma Europa, que a mesma elite russa estatal considera decadente…

Já nunca mais os russos se voltaram a ver como os europeus estranhos do leste – Com certo complexo de culpa, visionando-se a si mesmos como menos evoluídos – As tentativas de aproximação política, social e cultural em favor duma maior unidade com a Europa, ao longo dos últimos séculos, definitivamente fracassaram… Os russos se sentem em certo modo “traídos” pela Europa… 

O poder anglo-americano dominante na Europa impediu essa aproximação. A guerra da “Ucrânia” – Visionada pela Europa como uma invasão russa, e pelos russos como uma necessidade vital de sobrevivência: uma armadilha criada pelo poder “globalista” da anglosfera, para infiltrar, derrubar o Estado russo e dividir a Federação em múltiplas repúblicas – dividiu definitivamente os caminhos da Rússia e da Europa. O atentando ao gasoduto Nord Stream (que unia a Rússia e a Alemanha, através do mar Báltico) – derrubou definitivamente a linha de contanto física, psicológica e espiritual entre a Rússia e a Europa...  

O ser russo como filho rejeitado por uma Europa que nunca o aceitou, caminha em estes momentos ao encontro daqueles povos, que em seu dia ele rejeitou (ao sentir a falsa superioridade europeia), mas que agora com a recobrada humildade “mulit-polar” tende a considerar seus irmãos da Ásia. Irmãos com os que ainda tem que estabelecer um dialogo prolongado, para limar as velhas asperezas duma historia conjunta não sempre muito amigável.. Sergei Karaganov, que no seu dia foi um entusiasta europeísta membro da Comissão Trilateral, e autor da "doutrina Karaganov" mesmo está a sugerir agora que a capital da  Federação Russa seja traslada para um local mais perto do centro da Ásia: a cidade de Ecaterimgurbo, capital do distrito dos Urais.

Se o Ocidente não saber resolver o seu dilema concetual materialista anti-espiritual (mesmo tendo-se no Ocidente iniciado o caminho da volta à unidade ciência - espiritualidade), muito provavelmente no Oriente um novo centro, que já se está a erguer-se, para comandar os futuros desígnios da humanidade, se assente sem olhar (nem de esguelho) para a velha Europa. Se em um confronto entre modelos não formos tão loucos de iniciar uma escalada atómica.

Emmanuel Todd que nos anos 70 do século previu a queda da URSS, a inícios do século XXI o ciclo de declino do Império norte-americano, agora está a predizer o fim do modelo civilizacional europeu… Assemelha estarmos a vivenciar a degradação do poder cultural eurpeu- e de novo mais sintomas que enfatizam o deslocar do centro geográfico civilizacional estar em andamento caminho da Ásia. 

Enquanto ao poder norte-americano, Ariel Guttman & Kenneth Johnson, refletem que Robert Bly aponta que poucos líderes americanos, ao menos durante o último meio século, incorporaram um verdadeiro arquétipo solar (o sol como símbolo do poder vital equilibrante) que possa ser relacionado a um nível nacional. Em vez disso, incorporaram uma forma pervertida do arquétipo do guerreiro: Marte atacando em um campo de batalha. Ficamos assim privados, enquanto nação, de clareza ou de um propósito direcionado.

Derivando o império, desde finais dos 90 do século passado em um inércia unilateral de ré-acomodo geopolítico pela força. Agora ante a iminência de novos poderes militares com capacidade de dissuasão – o império norte-americano fica na mesma dinâmica, direcionando já a mesma guerra para dentro de suas fronteiras.

 O excesso de arrogância exteriorizada, de finais de século passado, próprio dum excesso de força de vontade sem oposição verdadeira, agora tornou-se (neste novo século que inicia) raiva interiorizada, por causa de ver sua arrogância colidir com a impotência, ante uma oposição real, de novos atores geopolíticos, que lhe pode militarmente fazer frente... Outro sintoma mais da sua aparente decadencia e da necessidade de um novo poder orientador, mais equilibrado – Daí as novas inércias da nova multi-polaridade que indicam uma nova rota para o Oriente, ate que a América do Sul e a África ergam seus centros de poder independiente

A Federação Russa pode marcar, neste estagio de desloque hegemónico, essa ponte – desde o centro da Ilha Mundo ou Heartland de Mackinder, se finalmente superar os limites que tentou marcar Spycman – na sua Rimland  (a pressão sobre suas fronteiras)– Uma ponte entre o Oriente e Ocidente – Enquanto a China da fluência taoista pode chegar a marcar o ritmo do coração económico e inovador dum mundo novo 

Sendo que um entendimento entre o mundo árabe e persa poderia transitar ate um novo Islão civilizacional (abandono da entropia Salafista e Yihadista)- Recuperando o melhor da velha visão dos Omeyas no Al-Andalus e dos “Muztazilim” no Califado abasida de Bagdade – Al-Kindi e Averroes (Ibn-Rushd) de novo unindo o melhor da essência das escolas “maturidiyah, ashariyyah e a própria mu´tazila” que dominaram a grandiosa Idade de Ouro da civilização muçulmana… Agora abrindo a porta a um novo resplendor dentro dum “dialogo aberto entre diversas civilizações e culturas” no caminho duma nova realidade multipolar e multi-nodal, que seja mais abrangente.

Novo mundo que de surgir, a pesar dos entraves postos pelo atual poder da anglosfera, vai reencaminhar o mundo em favor dum novo ciclo mais conservador e tradicionalista (procurando encontrar vias de conexão da tradição e o inevitável avanço tecnológico)– Novo mundo já não centrado no "Deus Mercado" do consumo, senão nas necessidades do novo ator global, que já não é a burguesia (hoje tornada em ociosa cleptocracia) – se não os cidadãos, representantes da diversidade no mundo. 

Assim se no ciclo de poder Sacerdotal o foco de atenção estava marcado pela relevância da revelação divina; no ciclo de poder Senhorial o centro era ocupado pela cosmovisão do cavaleiro; e no ciclo, ainda algo presente, Comercial – o foco foi posto no Templo Mercantil Bursatil – agora na etapa de transição para o ciclo dos Cidadãos – o foco começa a deslocar-se ao interesses inerentes à mesma humanidade – O humano ser e sua relação com o entorno natural – Etapa onde o Ter do mercado terá de dar passo ao Ser – como expressão da nova vida – tal como bem estudara Erich Fromm, no seu famoso livro do mesmo nome: “Ter ou Ser?”

O caminho da mudança individual e coletivo está já acontecendo, no interior, de muitos seres humanos, nos atritos de muitas sociedades. A guerra seguirá a marcar ritmos, mas a firmeza da paz, a defensa da dignidade e da justiça, também estarão a intervir nas diversas e difíceis encruzilhadas… E mesmo, a pesar de muitas provações, finalmente o sol voltará a brilhar e luz a enxergar após a “noite escura” – com a chegada da anunciada Alvorada.

Sendo que o Amor valente dos bons finalmente vencerá ao medo dos indecisos e as perversidades dos caídos na maledicênciaComo bem afirma nossa prezada amiga e irmã no caminho Daniele Nogare: 

Sabemos que no silêncio e humildade teremos o poder de todos os oceanos juntos.

O amor será a religião do século XXI.

Porque nasce da inteligência do coração, escondida pela eternidade no pulso evolucionário de todo ser humano”  


E de novo, semelha, ser no Oriente que terá de ser orientada a essa nova humanidade – em procura do seu ser – potencial, ainda a ser descoberto…


"A mentira é a religião dos escravos e dos senhores; a verdade, a divindade do homem"                           (Máximo Gorki)





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