ACORDO DE PAZ: EVITAR A III GUERRA MUNDIAL - Por Artur Alonso
Na madrugada do dia 24 de junho de 2025, o Presidente norte-americano Donald Trump, anunciava um acordo de cessar fogo, entre a Republica Islâmica do Irão e o estado de Israel; abençoando ambos contendentes, pela sabia decisão: “Deus bendiga Israel, Deus bendiga ao Irão” – O Presidente norte-americano se volvia a situar como o Representante da Paz
Trump falava que esta guerra terá de ser lembrada como a “A guerra dos 12 dias” – tempo em que este conflito, baixo a pressão pacifista do mesmo Presidente norte-americano, chegorá a seu possível fim, aguardando no dia 25 de junho todas as hostilidades tenham cessado…
Mas horas mais tarde o Irão informava que não tinha recebido nenhuma notificação ao respeito. Este comunicado reafirma que o poder persa se achava em posição de força – vitorioso, se não haveria recebido a mensagem do Presidente norte-americano, mesmo sem ser consultados, como “agua de maio”...
Início da contenda
O inicio dos ataques israelenses a Terão, em 13 de Junho – com a morte de vários comandantes de alto escalão e dous científicos nucleares iranianos, envolveu um surpreendente ataque combinado de inteligência militar, civil, engano diplomático (no domingo 15 de Junho se reandavam as rondas de conversa Washington – Terão e, o mesmo Presidente Donald Trump tinha anunciado não haver risco de confronto antes de essas negociações terem lugar) – e também capacidades tecnológicas
No entanto a resolução israelense de atacar, sem prévio aviso, alem de vulnerar o Direito Internacional, visava precisamente infligir um golpe irreparável tanto na capacidade militar iraniana, como na governança do país, visando um rápido cambio de regime – onde a figura do filho do último Xá da Persa (exilado, junto a sua família na Europa) entrava dentro da possível remodelação – Uma troca de poder, que trazer-ia um acomodo regional em favor do poder de Tel-Aviv e do Ocidente.
No entanto a rápida realização, na substituição da cúpula militar iraniana, assim como a eficaz retaliação em forma de lançamentos massivos (em ondas diversas) de diversos tipos de misseis, combinados com drons e ciberataques sobre as capacidades de defesa israelense, frustraram o inicial plano. E levaram a população israelense, a praticamente viver dentro dos refúgios. Psicologicamente o povo de Israel estava a padecer um pesadelo nunca visionado na sua curta historia.
A cobertura dos EUA e aliados na zona (incluído países da Europa), tanto no ataque sobre o país persa, assim como na tentativa de defesa de Tel-Aviv, desde as bases norte-americanas situadas na região – e mesmo desde bases britânicas no Chipre; assim como o abastecimento em pleno voo dos aviões israelenses que atacavam diversos pontos do Irão, suscita que a Administração norte-americana, não somente estava ao tanto do acontecido no dia 13, senão que formava parte do plano de demolição e remodelação do poder iraniano.
O próprio Trump ameaçando diretamente ao máximo dirigente religioso do país, Ayatollah Khamenei. Uma desafortunada proclamação, que teria como resultado a reação de todo o mundo xiita, incluído o máximo dirigente religioso do Iraque, o Ayatollah Sistiani, que ameaçou com incendiar toda a região – dando fôlegos a um eixo da resistência que após a queda da Al-Assad na Síria, e a guerra do Líbano (entre Hezbollah e as IDF israelenses) tinha sido muito danado na sua logística e capacidades militares (uma das causas pelas que a Administração de Netanyahu tomou a decisão de tentar anular militarmente e politicamente ao Irão)
A contra-ofensiva
Mas a diferença militar e salvação do atual poder persa, como já tínhamos falado em anterior artigos, se deu por causa do seu poder hiper-sônico. Este tipo de tecnologia missilística deu uma vantagem aos persas, que no curso dos dias se tornou fulcral, para o cambio de postura da administração norte-americana - em inicio belicista – no fim pacifiadora.
Segundo o jornalista brasileiro Pepe Escovar, fontes militares israelenses afirmaram que, após mais de uma semana de ataques com misseís iranianos sobre pontos chaves de Israel, ⅓ das cidades de Haifa e Tel-Aviv tinham sido devastadas.
Apesar da censura imposta em ambos bandos, sempre em casos de guerra, imagens e vídeos corriam pela Internet, gravados com dispositivos móveis o mesmo desde os dispositivos de drons, onde as capacidades dos misseis hiper-sônicos resultavam evidentes, assim como a impossibilidade das defesas hebraicas para poder parar um ataque combinado de centenas de drons, misseis de distração, ataques eletrónicos, junto com misseis balísticos e os mais temidos hiper-sônicos…
O mesmo preceito, presidente da Câmara Municipal da cidade de Haifa, pedia publicamente o fim das hostilidades.
Irão demonstrou uma habilidade militar importante – em termos de planificação e execução – atingindo (dentro do território hebraico) certos pilares sobre os que sustentam os quatro alicerces base que fazem assento a qualquer estado moderno: a) complexo militar – industrial b) complexo cientifico – tecnológico c) sistema económico – financeiro e d) rede logística e de infraestrutura, tanto marítima como terrestre…
A Equação geopolítica
Esta demonstração de solidez do regime iraniano (que com o ataque sobre seu território fechou a dissidência interna em favor da unidade nacional – facilitando a neutralização de células aliadas de Tel-Aviv, trabalhando com o Mossad) – permitiu o auxilio direto da Rússia e China, não somente em declarações, senão em factos encobertos, que nos próximos dias ou meses sairão a luz de forma mais clara…
Tanto Moscovo como Beijing, dependiam geopolíticamente muito do Irão, não somente pelos dois corredores fundamentais de interconexão económica e geopolítica: Rússia – Irão – índia e, China – Paquistão – Irão; senão porque uma queda do regime dos Allatolahs (além de significarem uma bomba nas tentativas, em andamento, de união Euro-asiática e dos BRICS) deixava as fronteiras da Rússia e da China muito vulneráveis – Vulnerabilidade pouco aceitável dentro duma hipotética reorganização da Ásia Central e Ocidental, em favor do poder Ocidental.
O medo de outros estados, que mesmo tendo em seus territórios bases norte-americanas, a que uma queda do estado iraniano signifique um caos regional, difícil de predizer, motivou uma declaração dos 20 países da Liga Árabe a favor do direito de defesa do Irão. Ação sem precedentes, dentro dum contexto de rivalidade regional – encoberto baixo a aparente disputa mundo sunita – xiita (que dificilmente resume séculos de luta na região – Em realidade milénios).
A fragilidade militar israelense em comparação ao poder hiper-sônico iraniano, apontava o recurso de Tel-Aviv a um ataque preventivo com carga convencional atómica – o um ataque atómico direto, como ameaçou o ministro de segurança, Itamar Ben-Gvir – ao advertir a Terão de que poderia converter sua capital num novo Hiroshima e Nagasaki. Mesmo os EUA chegaram a ameaçar também com um ataque com carga nuclear convencional – se o Irão não aceitava um acordo nuclear, que suponha a rendição total de Terão – não somente o desmantelamento de seu programa nuclear civil, senão também o desmantelamento do seu programa missilístico. Em esta altura Trump ainda achava, que a pesar de tudo, Israel ainda estava com vantagem no confronto. Visão que em breve ficaria claro ser ilusória.
A primeira tentativa de Israel, foi equilibrada com a advertência paquistanesa de retaliação também atómica sobre Tel-Aviv. Lembrar que o poder militar do Paquistão está intimamente ligado ao desenvolvimento cientifico-tecnológico do complexo militar chinês. Assim como também ter em conta Paquistão ter sido indicado por Netanyahu como um inimigo a bater, e uma ameaça à existência do Estado de Israel, ao igual que o Irão.
Trump convidaria à Casa Branca, ao Chefe do Estado Maior paquistanês, para informar-se em primeira pessoa da posição do Paquistão e, ao mesmo tempo para tentar fazer mudar seu governo de postura. Mas após a visita, o governo paquistanês, seguiu a manifestar seu apoio ao Irão (tal vez a China tenha hoje mais influência, que Washington, sobre Islamabad)
A segunda ameaça norte-americana foi ré-calibrada, após a declaração do Vice-Presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev , ao assegurar que tanto a Rússia como outros sócios estratégicos estavam dispostos a proporcionar armamento nuclear defensivo ao Irão.
A temível aliança, que Zbigniew Brzezinski aconselha nunca se deveria dar na Ásia, de Rússia-China e Irão, estava agora mesmo mais fortificada que nunca. Para Brzezinski, os Estados Unidos tinham que evitar por todos os meios esse cenário. A profundidade do confronto – e a escalada no mesmo – não favorecia essa ideia dissuassória de Brzezinski
Continuar, pois, a fortificar a mesma unidade Rússia-China- Irão não seria muito aconselhável, além disso a Administração Trump, levou seu ataque sem a conformidade do seu próprio congresso (contradizendo sua própria legislação) – nem sequer recebeu o respaldo da ONU, e foi realizado (quebrantando um aviso, do mesmo Trump, de não atacar pelo menos em 15 dias) – Estas atuaçoes unilaterais não gostoram muito dentro da mesma região do Oriente Meio – o Oeste da Ásia, como agora se começa a denominar.
O que aparenta os tempos da unilateralidade ocidental – estão a atingir seu limite.
A Avaliação final
Devido a delicada situação israelense, Washington, viu-se obrigado a atuar – atacando com os temíveis B-52 instalações nucleares iranianas, incluído Isfahan, Natan e Fordok – Evitando aquelas outras instalações nucleares onde trabalha pessoal e engenheiros russos…
A Agência da Energia Atómica avaliou, horas depois, que não havia fuga radioativa. Informação satelital confirmava por sua parte que os danos não foram muito grandes, nem profundos – desmentindo as afirmações da Casa Branca de destruição total das instalações.
Diversas hipóteses falavam dos iranianos ter retirado o material nuclear e o urânio enriquecido, dias antes do bombardeamento. Outros especulavam da colocação, na entrada ao complexo, de toneladas de terra para evitar uma detonação maior.
Outros falavam mesmo da aviação norte-americana ter bombardeado uma falsa entrada de ar. Ouve também a ideia da administração norte-americana ter já entrado em um acordo secreto com Irão, de lançar um ataque (para contentar a pressão do lobby israelense) mas sem danificar seriamente as instalações. Permitindo um ataque de volta iraniano as bases norte-americanas na região, também sem danos… Mas, todas estas hipóteses, não passavam de especulações, sem nenhuma confirmação oficial.
Um dia após o ataque norte-americano, o exercito persa atacava diversas bases norte-americanas na região, sem causar danos graves, nem nenhum morte de pessoal militar ou civil dos EUA – Situação que acrescentou as especulações já referenciadas…
Assim as especulações renovaram imaginado desde algum tipo de acordo encoberto Irão – Estados Unidos, ate uma possível comunicação Qatar – Irão, prévia já a posterior tentativa de paz – que finalmente se fazia realidade, quanto menos no lado norte-americano, na pessoa de Donald Trump… O certo é que ao Irão não lhe interessava uma maior implicação dos EUA na guerra e, a vez, de cara a sua população (que saiu a celebrar o ataque – sem danos- as bases norte-americanas – nas ruas de Terão) o poder persa precisava retaliar – como uma monstra de não fraqueza.
Dentro da Administração norte-americana se tinham verificado, tanto as pressões do Lobby israelense, por um lado – a favor duma entrada dos norte-americanos na guerra, e do outro muitas vocês de ex-militares, ativistas políticos e mesmo manifestações massivas – em contra da guerra…
Curioso o caso de Steve Banon – antigo assessor de Donald Trump, e um dos representantes mais notórios do movimento MAGA e da extrema direita internacional – que chamava a não entrada de Washington no conflito, argumentado a quebra do mesmo movimento de “Make American Great Again”, se um confronto direto com o Irão se verificar
Todo indica, que ao final a Administração norte-americana, após avaliar os diversos cenários geopolíticos (observar que a margem de manobra já não era tao grande como no inicio da década de 90, do século passado, para aventuras militares) e, calibrar as diversas fricções entre os diversos setores que compõem a sua administração, desta vez preferiu não deixar-se levar pela fação mais belicista dos chamados “neo-cons”, encabeçada por Marco Rubio, permitindo ao pragmatismo da paz abrir uma nova janela. Uma nova oportunidade para maior alívio da humanidade.
Novo Cenário
Mesmo que o chamamento da Paz, do Presidente Donald Trump (que de conseguir um acordo entre ambas partes, Irão – Israel, pode seguir a sonhar com o Prémio Nobel da Paz) – não tenha uma imediata posta em cena – o fim de hostilidades semelha ser já um caminho certo
Rússia, China e Irão saem fortalecidos deste confronto, se a posição norte-americana, como afirma Donald Trump, for firme – no seu compromisso de fazer pressão em favor da paz. O revés infringido, pela Turquia – com beneficio de Israel, na Síria (após a queda de Al-Assad), pode ser recompensando.
Benjamim Netanyanhu é o grande perdedor, ao não medir bem, nem as capacidades reais do Irão, nem a margem certa dos Estados Unidos para ajudá-lo a sair do abismo.
Por sua vez Netanyahu, deixa em uma posição mais fraca, aos EUA, de aquela os norte-americanos tinham antes de começar o confronto, pelo que achamos se tornará em um sócio pouco fiável para Washington (um incomodo amigo como o presidente ucraniano Volodimir Zelensky)…
Vamos ver como se segue a desenvolver este novo cenário e as novas narrativas, que construiram o novo imaginário coletivo....
Mas o que já podemos afirmar é que se não houver reconhecimento dum novo Poder Tripolar – Rússia – China – Estados Unidos, e um acomodo geopolítico entre ambos, com reparto de zonas de influência, as faixas de fricção irão em aumento em todas as esferas do globo. A futura mesa de negociações com Irão, pode ser o inicio de acordos geopolíticos mais amplos
Outra grande perdedora, deste embate, é a União Europeia – que mesmo evitando a queda da Ucrânia – pois uma guerra dos EUA com Irão – iria centrar os subministros militares em esta região, em detrimento de Kiev… Mesmo assim fica periférica, no panorama global geopolítico, deixando Alemanha (que deu seu apoio total – mesmo militar – a Netanyahu) num plano de segundo ordem e a seu novo presidente como uma voz irrelevante…
Ainda faltam muitas etapas nesta nova caminha até um novo cenário geopolítico global, mas tudo aparenta que, se quisermos evitar uma III Guerra Mundial, teremos de reconhecer este novo Poder Tripolar, que afasta da mesa global das negociações a Europa e a Grão Bretanha…
“Se quisermos um mundo de paz e de justiça, temos que pôr decididamente a inteligência ao serviço do Amor” (Antoine de Saint-Exupéry)
Olhemos a milenar sabedoria indiana – para entender melhor o caminho que a humanidade terá de atravessar par paz concretizar:
Vahishta: A Verdade Suprema (ou Melhor Verdade), também a mais elevada forma de Retidão. Essa Verdade descreve como o Mundo deveria ser em sua forma ideal. Consequentemente, a intenção de concretizá-la é a Intenção Justa, e a ação segundo ela é a mais elevada forma de Retidão. ii) Vohu-Mana: A Boa Mente. A capacidade mental de compreender Asha, entender a natureza de nosso mundo real e reconhecer a disparidade entre o ideal e o real. Assim, é o instrumento da cognição moral.... Khshathra-Vairya: O Domínio Ideal. É a estrutura social (e política) ideal do mundo humano. Em termos humanos, podemos chamá-la de sociedade ideal...Haurvatat: O estado de completo Bem-Estar, integridade física e espiritual. Em sua forma plena, é um estado de perfeição na Terra. vi) Ameretat: O estado de Bem-Aventurança
Sabendo que nenhum destes estados pode ser atingido, no coletivo - sem o Amor Incondicional - ter inunidado a alma da maior parte dos seres humanos...
A quantidade de pessoas a despertar vai decidir o resultado, mas com a ajuda Geológica será canja. ABRAÇO e bom trabalho.
ResponderExcluirobrigado - realmente assim é a mudança de consciência - traz aquele bom resultado... abraço fraterno
ExcluirMuito interessante! Muitos parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirObrigado Ricardo
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