A CHAVE DE PÚSHKARA - Apresentação do livro, na cidade de Ourense 02-02-2024 - Por Artur Alonso

 



A Ideia Holística da Rede da Vida – da Rede de Indra

Indra estabeleceu os fundamentos do mundo no Céu de Tushita. Para fazer isso, pendurou sobre seu palácio, no Monte Meru, uma rede de fios de seda, como uma teia de aranha que se estende ao infinito em todas as direções. Em cada um dos nós da teia, colocou uma joia preciosa. Joias que refletem em suas facetas perfeitas todas as outras joias que cobrem a totalidade da rede. Quando alguém se aproxima para olhar qualquer uma dessas joias, descobre que as joias nela refletidas, por sua vez, refletem cada uma das outras, nesse tecido de seda imenso … até o infinito.”

Essa rede da vida, se sustenta na rede natural terrestre, baixo os princípios da “ajuda mútua” que estudou o cientista e polígrafo russo Piotr Alexeyevich Kropotkin. Dentro dessa rede terrestre estamos interagindo nós, seres humanos, com o meio natural que nos rodeia. Entre nós funcionamos como espelhos, mostrando-nos, uns ao outros, as partes e facetas mais ocultas da nossa humanidade e da nossa alma. Com o meio ambiente interagindo em intercâmbio de experiências e continua aprendizagem.

Não compreendo Mestre” – disse o discípulo franzindo a testa “Onde estão todas essas joias as quais o senhor se refere? Não as vejo neste mundo.” - “Tu és uma dessas joias,” respondeu o Mestre, “e cada pessoa, cada animal, cada árvore e planta, cada inseto, cada grão de poeira que flutua num raio de sol e cai em uma estrada é uma joia da rede de Indra. Cada emoção que nós sentimos e todos os sentimentos que todos os seres já sentiram, mesmo há centenas de anos atrás, e todas as ideias que passaram pelas cabeças de cada ser desde os princípios dos tempos, são uma joia da rede de Indra" – e acrescentou de novo o Mestre: “Dentro de nós está refletido tudo aquilo que existe e que sempre existiu no universo, e nós estamos refletidos em todas as coisas que existem. Nós estamos dentro de cada ser humano, cada animal, árvore e planta, cada grão de poeira, cada ideia ou pensamento, cada sentimento ao infinito. A cada momento, o mundo todo está dentro de nós e nós estamos dentro de tudo o que existe

Fazendo esta fala justiça àquele místico ditado do poeta sufí que afirmava: “ ate por fim compreendi que estou em todo e todo está em mim”

A ideia holística da “Rede de Indra” onde as partes incidem no todo, e o Todo dá consistência e identidade as partes, lembra aqui ao Deus também indiano Parabramha, o Não ser, não – manifesto, não – monádico – o Ain Soph ou sem limite dos cabalistas hebraicos – a Fonte -Origem, que dá início a todas as mitologias e todo pensamento mitológico, de todos os tempos. Sendo este pensamento a raiz daquela “Religião Primordial” da qual falava René Guénon.

A essência não manifestada – que surge de Parabramha – do Ain Soph sem limite – se transforma no AIN SOPH AUR – a luz sem limite – que propicia a manifestação. Surge Bramha – o Deus Trino – Uno – início que se corresponde com a letra hebraica Aleph o Alfa grego – o Pai – a vontade de inseminar – e com ele aparece a Mãe a taça recetora, a vontade de gerar: que traz os filhos – Nasce o Trino - Desenvolvendo-se nas diversas trindades, das diversas mitologias que dão inicio a criação

E com o primeiro dia da criação – que está associado a letra cabalística BETH – casa, Templo – Taça – útero - mãe – associada a esfera cabalística de Binah surge a dualidade – o espelho no que se pode contemplar em contraposição, para poder retirar aprendizagem – esse conhecimento que permite adquirir a chave, abrir a porta interior dum saber maior – Aqui aparece a simbólica chave de Púshkara


A visão de Jacobe de Bohëme

O místico Jacobe de Böheme, a finais do século XVI teve esta visão:“Eu vi o Ser de todos os Seres, a Superfície e o Abismo; vi também o nascimento da Santa Trindade; a origem e o primeiro estado do mundo e de todas as criaturas. Vi em mim mesmo os três mundos - o mundo angélico ou Divino; o mundo das trevas, a origem da Natureza; e o mundo externo, como uma substância manifestada dos dois mundos espirituais... No meu interior vi isto muito bem, como em uma grande profundidade; pois vi diretamente no caos onde tudo permanece envolto, mas não pude fazer revelação alguma. De tempo em tempo tudo isto floresce em mim como o crescer de uma planta. Por doze anos guardei tudo comigo, antes de o poder manifestar de alguma forma externa. Até então isto abateu-se sobre mim, como uma carga que mata o que atinge. Escrevi tudo o que pude exteriorizar. A obra não é minha. Não sou mais do que um instrumento do Senhor, com o qual Ele faz o que deseja".

Semelhança com a visão dos gnósticos de Alexandria do século II, seguidores de Basílides, sobre uma Entidade que contem dentro de si o polo negativo e positivo da criação ao qual denominaram Abraxas

Tem seu paralelismo com a ideia indiana de Parabramha,, que contem dentro de si o aspeto material e espiritual da manifestação Purusha e Prakriti

Ao igual que na doutrina do filosofo egípcio Phat Hotep, em cujas máxima aparece o caminho do ventre e o caminho do coração. O do ventre apegado ao ego: instintivo, domínio das paixões, fugida da dor, procura dos prazeres: O do coração: racional -intuitivo, procura daquela máxima de Platão ma Républica: da bondade – da beleza e da justiça. Caminho evolutivo, que trabalha com a mente ética em procura da transformação. Outro o caminho involutivo, que trabalha com a mente habilidosa e caí nos caminhos da perdição

As chaves do conhecimento que se conquistam ajudam, se for bem utilizadas pela mente ética para encaminhar-nos pela senda da evolução – ascensão ; se for utilizadas com mente habilidosa a aproximar-nos da descida ou involução.


O significado duma Chave

O lago Sagrado de Pushkar – próximo do deserto de Thar – perto de Jaipur, no Estado de Rajastão, é precisamente aquele local onde o Deus Bramha deixou cair uma das três pétalas da Flor de Loto que usou para matar um demónio terrível. No entorno do lago se assenta a sagrada cidade do mesmo nome, Pushkar, com significado de “flor de loto azul”

Na tradição indiana a flor de Lotho está relacionada com o desapego e a beleza. Falamos aqui da obtenção da beleza através do ato de desligar-se do supérfluo. Assim como desidentificar-se das cousas: .apegar-se ao material...

O azul na tradição indiana representa Krishna – o Avatara de Visnhu – o filho de Deus Indiano amoroso, equivalente ao nosso Lugh celta (do qual Lugo é sua cidade) ou ao Cristo da nossa tradição católica – O azul também representa a guna Rajas – que na filosofia da Ayurveda – é a qualidade da matéria mais relacionada com o pisco-emocional – ação egoísta, que procura o poder material e os impulsos que nos conduzem a realizar os desejos da personalidade

O azul também é a cor cabalística da esfera ou Sephirah de Chessed, a esfera do amor expansivo. Esta sephirah se corresponde com a letra hebraica Daleth, cujo significado é o de Porta.

Chessed tem como atributos, entre outros, a Boa Vontade, Magnificência, Compaixão, Opulência, Generosidade e Clemência.

A chave de Pushkara contêm aqui, então, a ideia simbólica duma ferramenta que pode abrir as portas do conhecimento mais elevado, harmonioso e amoroso. Aquele saber preciso e precioso, para concretizar o desapego dos instintos, das paixões, das tribulações egoístas que produzem as alterações pisco-emocionais – E dizer: a chave das transformações.

Representa a Vitória sobre o Demónio Interno Inferior que conseguiu destruir Bramha e a elevação aos planos mais subtis do Amor Incondicional: a essência da Origem…

E dizer, chegar a possuir a chave de Púshkara nos possibilita chegar encontrar aquele conhecimento que pode conciliar nossas diversas emoções, pensamentos, sensações, sentimentos contrapostos; permitindo aquela transformação vitoriosa que torna aos seres humanos nobres e virtuosos. Conseguindo aquela vitoria que conduz a glória. - Esse pensamento que os taoistas chineses chamam o “Caminho Grande”

O trunfo da paz é conquistado ao transformar o medo que gera desconfiança, divisão, necessidade de imposição e guerra. A vitoria sobre os baixos instintos permite a Libertação dos Infernos, que magistralmente encenou Dante na sua “Divina Comédia”O trunfo sobre o que inferior em nós. Libertação somente possível uma vez destruído nossa sombra (escuridão ) tal como é descrito no evangelho apócrifo de Bartolome: aquela Descida aos Infernos Internos, após o sacrifício da crucifixão. Dissolução da personagem egoísta ou a egolatria e, a posterior – Vitória e Libertação – Morte para o material Renascimento para o espiritual – Ressurreição do Cristo

Temos, pois aqui que aquele que por direito obtém a Chave da Salvação, Chave do conhecimento elevado, Chave de Pushkara, terá para sempre o conquistado o direito de dominar seus Reinos Internos Inferiores: domínio da personaldiade. Conquista da mítica Pedra FilosofalChegada ao verdadeiro “El Dorado”, que não é do ouro material; senão do sol espiritual


As guardiães da chave

O hino órfico da Deusa Hécate, disse: “Portadora da chave do mundo, nunca condenada a falhar”

Sabemos que o lado masculino da manifestação está associado a semente – que contem dentro de si a informação do futuro ser. O masculino como dador.

Sendo o lado feminino o útero, continente – local de gestação daquele que virá a ser

Daí o feminino é associado mitologicamente aos portões que comunicam o ser com o não ser – o lado da manifestação com o Imanifesto. E destas portas as Divindades femininas possuem as chaves.

O masculino se torna condutor – semente lançada – o feminino útero taça – local de acolhida. No mito celta galaico do condutor masculino Laros e a guardiã das portas Lera, este conhecimento está implícito.

O feminino contem assim o Conhecimento da semente masculina, convertendo-a na Sabedoria da Pistis Sophia; pois somente a taça do saber, pode receber o amor do dar. Aqui o feminino da Mãe cósmica se converte no Amor-Sabedoria

As guardiãs das chaves dos mistérios primordiais nos diversos mitos, das diversas culturas e civilizações têm diversos nomes: Istar, Issis, Parvati, Anu ou Danu da Celta estirpe, Tonantzin da Nahualt linhagemDeusa Mãe Cósmica – ligada a Deusa da Natureza e a mulher humana como halo – intermediário entre as duas deusas sagradas: a Mãe celeste e a natureza ou mãe terrestre.

A chave de Púshkara, assim, deve ser utilizada na porta adequada, pois tal como marca a letra cabalística Daleth, de porta, na esfera da misericórdia amorosa de Chessed, o aspeto positivo duma porta espiritual é a fertilidade, mas seu negativo a esterilidade.

Daí as guardiãs dos portões atentas estarão para não dar esta ferramenta aqueles que ainda não tiver as habilidades precisas para manejá-la.

Na busca destas chaves, nós fazemos o caminho. O caminho nos leva a busca do conhecimento – da chave que abra porta correspondente – na formação académica obtemos a chave do conhecimento profissional, na forma humana a chave ética da vida.


O caminho como processo de mudança

Esse Processo de Transformação Interno – Externo esta contido em todo legado milenar de todas as culturas e civilizaçõessendo patente em todas as suas, correspondentes, mitologias

O Poema Épico de Gilgamesh – uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial – cujo registo mais completo é do século VIII a.C correspondente a biblioteca do último Grande Rei assírio Assurbanípal -

Nos 12 Trabalhos de Hércules – 12 Passos do Nucteremón de Apolónio de Tiana – As 12 Etapas da

Jornada do Herói de Joseph Campell e a Ideia do mono-mito – Os trabalhos efetuados pelos 12 cavaleiros da céltica e cristianizada tábua redonda –

A jornada do herói em procura do tesouro perdido, que descreveu Josep Campell em seu livro – Aquela busca pelo transcendente que produz evolução. O místico encontro com seu espírito – seu Bom Ser natural – o Seu Elevado Eu- O Eu Sou da sarça de Moisés, o Eu sou da canção de Amergín – o canto da toma de possessão do território com o pé direito. Enquanto que com o pé esquerdo se entra no Templo.

Esse mistério velado, que temos que nós próprios revelar e está presente em toda fábula de conquista, desde: Os Argonautas à procura do Velocino de Ouro – À formação do cavaleiro perfeito em Perceval, com a demanda do Santo Graal (a mesma necessidade de procurar a imortalidade como no já referido poema épico de Gilgamesh, que somente o cavaleiro puro, limpo, imaculado ou livre de mácula, como Galwin pode realizar) - A transformação do Huitzilopochtli sombrio no Quetzalocalt de Luz, seguindo o caminho da Toltecayoth do mundo meso-americano da tradição Nahualt–

Quetzalcoalt, remete ao mesmo símbolismo da ave de Hansa indiana – do falção de Horus egípcio – da águia que ascende aos céus, ate a morada do Deus-Uno “Wankan-Tanka” dos nativos norte-americanos – O Quetzalt colorido, elevado, cujo poder transforma a serpente coalt (que se arrasta pelo areia). Nesse processo de transformação – transmutação surge o voador Quetzaltcoalth ou aquele que pode escalar por cima das penúrias mundanas – ao ter obtido a paz de espírito.

A traição do obscuro e guerreiro Seth, por meio do engano (Satanás é o senhor do engano e seus servos os enganadores do mundo) A traição de Seth que dá morte a seu irmão, o luminoso Ossíris (lembra sua correspondência no mundo judeu – cristiano com o humano Cain enganando e assassinando seu irmão Abel)

Na tradição mitológica egípcia temos a morte de Ossíris e a reconstrução de seu corpo sagrado pelo poder feminino da Issis. O feminino maternal que dá a vida... E, a seguir a vitoria da vida se concretiza com os trabalhos árduos do filho Horus.

O esforço de Horus para reequilibrar a desarmonia produzida pela morte da Divindade na Terra. Nos lembra aquela morte e ressurreição eucarística do Cristo – Morte e ressurreição de todos Ungidos de todas as tradições; aqueles que são guiados pela Estrela D´Alva. Nos lembra: Krishna, Tamuz, Mitra, Lugh, Odin, Quetzalcoalth, Cristo…

E assim em diversas outras tradições, que estão presentes na essência desta obra literária – cujas personagens centrais procuram o encontro com sua força, dentro do seu coração – O encontro com aquele místico sol interno – Astro Zero – Zero Astro ou Zoroastro, do famoso “Assim falou Zaratrustra” de Nietzche–

Nos traz de volta a filosofia do Faravahar ou Ferohar, alma pura anterior ao nascimento, segundo a tradição zoroástrica do “Avesta”. Alma humana, dentro da Alma mundo, ainda não desprendida do seu invólucro – não lançada ao abismo material – não materializada…

Lembram todas estas tradições que o caminho de transformação sempre passa pela aceitação, sublimação e reintegração: individualização para exploração do entorno, cujas experiências enriquecem a unidade, na volta, reintegração do indivíduo a esse uno – Dissoluta a egolatria, integrado outra vez o individual no Todo: na Origem – A transformação e pois o sentido da viagem – da vida. Como o desenvolver da Crisálida e sua transformação em borboleta.




O sentido da viagem

Nas encruzilhadas dos caminhos eleitas fazemos, dos resultados destas eleitas, nas distintas provações, com as dores diversas aprendemos. Superando as mesmas dores nos elevamos… Em nosso adequado momento à fonte regressamos. E chegada nossa verdadeira hora no Todo nos integramos. Assim como fala o poema de Rumi


Desde que chegaste ao mundo do ser,

uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.

Primeiro, foste mineral;

depois, te tornaste planta,

e mais tarde, animal.

Como pode isto ser segredo para ti?


Finalmente, foste feito homem,

com conhecimento, razão e fé.

Contempla teu corpo - um punhado de pó -

vê quão perfeito se tornou!


Quando tiveres cumprido tua jornada,

decerto hás de regressar como anjo;

depois disso, terás terminado de vez com a terra,

e tua estação há de ser o céu.


Em estas interações, buscamos encontrar o conhecimento, por meio do acesso a formação académica, pela experiência na Universidade da vida e condicionados pelas vitais circunstâncias.

O caminho é por isso carregado de pedras e encruzilhadas: de obstáculos e surpresas. De aprendizado. Dentro da rede natural da vida, olhando para céu e sonhando a Rede Cósmica.

Seja nossa viagem a daquele que como no poema “Itaca” de Kavafis recolheu seus frutos e descobriu o significado…


Quando saíres a caminho de Ítaca,

faz votos para que seja longa a travessia,

cheia de aventuras, cheia de conhecimentos.

Aos Lestrígones e aos Ciclopes,

e ao zangado Poséidon não deves temer,

coisas assim no teu caminho não acharás nunca,

se o teu pensamento permanecer elevado, se a emoção

sublime o teu espírito e o teu corpo tocar.

Os Lestrígones e os Ciclopes,

o selvagem Poséidon não encontrarás,

se eles não carregares na tua alma,

se a tua alma não os colocar à tua frente.


Faz votos para que seja longo o caminho.

Para que sejam muitas as manhãs de verão

nas quais com que contentamento, com que alegria entrarás

em portos vistos pela primeira vez;

para que te detenhas em mercados fenícios,

e para que adquiras as boas compras:

joias de nácar e coral, de âmbar e de ébano,

e essências perfumadas de qualquer espécie,

as mais abundantes que puderes;

para que chegues a muitas cidades egípcias,

para que entendas e aprendas com os seus Mestres.


Deves ter sempre Ítaca na tua mente.

A chegada ali é o teu destino.

Mas não apresses em nada a tua viagem.

É melhor durar muitos anos;

e já velho chegar a ilha,

rico do que ganhaste no caminho,

sem esperares que Ítaca te dê  essas riquezas.


Ítaca deu-te a bela viagem.

Sem Ítaca não terias feito teu caminho.

Agora, já nada tem para dar-te.


E se um tanto pobre Ítaca encontrares, ela não te enganou.

Sábio como te tornaste, com tanta experiência,

terás compreendido já o que significam as Ítacas.



Ítaca pois é aquele horizonte – Horizonte, aqui, como utopia que marca nosso caminho. Quanto mais aproximar-nos dele (do horizonte) e dela (da utopia) mais se escapa de nós. No entanto essa busca utópica nos obriga a seguir caminhando.

Ítaca pois como motivação utópica para adquirir experiência, conhecimentos, formação – a verdadeira riqueza. Conquistar a calma interior e no final, no ocaso das nossas vidas adquirir a paz merecida da nobre e boa experiência.

Ítaca como porto de chegada – como chegada no Ocaso – para descobrir a humildade do mito: os enganos da nossa vida, mas também para reconhecer a riqueza em ela adquirida, que nos faz, de haver aproveitado a caminhada: mais elevados, mais humanos e mais dignos. E, aqui finalmente, poderemos observar, que em esta jornada do “herói – da heroína” temos com esforço conquistado a verdadeira nobreza, a dignidade e finalmente compreendido o significado do “livre arbítrio”


O Ocaso da reintegração

Chegamos ao Ocaso do Patriarca – lembramos aquele “Outono do Patriarca”, de Gabriel García Márquez, publicado em 1975- com a personagem central de Zacarias, cujo nome somente se menciona uma vez na novela – Zacarias, cuja etimologia nos remete para Deus se lembrou…

No ocaso devemos eleger, mas antes devemos fazer o resumo, a memória da nossa vida – para tomar o caminho final: Reintegração ou falso Retorno: volta às caminhadas – e não será uma eleita feita por escolha – senão por MÉRITOS – pois a Reintegração é obtida pela capacidade de compreensão (elevação da consciência) – esforço (por concretizar essa nova consciência) – perseverança (ante a dificuldade) e capacidade (para superar as provas da vida)

A reintegração somente pode ser conquistada, quando estivermos preparados para ela

O livro “A chave de Púskhara” fala disso: do caminho individual – dos caminhos coletivos – que o ser humano (no seu íntimo) e a comunidade de humanos seres (no coletivo) percorrem na procura desse REINTEGRAR final na Origem, na fonte da qual (como ondas que na matéria cristalizam) as almas surgiram

Diz a Oração a Rá


Luz infinita

Purifique tudo que sua luz toque

para que aqueles que não têm luz

sejam sua luz.

Traga bênçãos para tudo e todos,

que minha colheita seja farta,

que meu caminho seja iluminado





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