AMÉRICA DO SUL - ESPERANÇA CONTRA O SUPREMACISMO? - Por Artur Alonso


 "A medida do amor é amar sem medida" (Santo Agostinho)

A final contração do Poder Ocidental em 2007-2008 – com a crise do pulmão financeiro internacional de Wall Street e a City Londrina, que dava sustento a todo o sistema – implementou no mundo o surgimento de novos agentes geopolíticos e novas agendas concorrentes-

Este poder – talasocrático (marítimo) – foi iniciado com a abertura das rotas oceânicas, por parte das duas monarquias Ibéricas (entre finais do século XIV- inícios século XV), dando definitivamente o controlo aquela Elite Corporativa Privada – nascida da Revolução Gloriosa – que implementou agendas favoráveis ao ciclo mercantil em alça.

O declínio deste poder talasocrático, após sua máxima expansão com a queda do último bastião dum poder telurocrático como oponente - o  da União Soviética - que em início (época de Stalin) o confrontava, depois (época de Kruschev em adiante) tentava coabitar com ele.. Esse declinar aflorou novas formas de pensamento e filosofias que confrontavam o liberalismo – alem do comunismo, que tinha já caído

Muitos dos autores da formação de vetores de contra-poder que ajudaram a exercer pressão – para facilitar a queda da URSS – como o jihadismo (utilizados pela anglosfera nas mesmas fronteiras do território soviético – na procura da estratégia da anaconda – ter mais ventosas para tentar explodir ao adversário) , começaram a tomar forma, ante os espaços, que nas suas respetivas regiões ,deixava o liberalismo em fuga.

Correntes de pensamento como Irmandade Muçulmana – do pensamento inicial de Hasan Al-Bana e Sayyid Al-Qutb – foram utilizadas para contra-restar e, finalmente derrotar, o laicismo árabe – encarnado por figuras como Gamal Abdel Nasser – e o panarabismo do partido Baaz (aliados da união soviética) – Finalmente esta derrota do panarabismo laico a favor do jihadismo religioso – se tornou evidente na queda de Al-Assad, na Síria.



A irmandade muçulmana tomava relevo no mundo árabe, e na mesma Palestina Hamas (apoido por Qater e o mesmo Mossad israelense, como confirmado pelo atual presidente Bibi Netanhayu)  dividiu e quebrou definitivamente a unidade dentro da OLP – e deixou um Fatah submergido em corrupção e acusações de “colaboracionismo” numa situação de final aguardado

O pensamento de Al-Bana, como de Sayyid Al-Quth (este último muito estendido no inicio da revolução khomeinista, no Irão, agora já não tanto) tinham nascido desse rejeitar da modernidade ocidental, visionada como decadente, durante as épocas dos protetorados europeus – no mundo árabe – nomeadamente do britânico no Egito – em colaboração com as elites locais. Elites, as quais os fundadores da Irmandade muçulmana acusavam de ter introduzido essa filosofia de vida ocidental no mundo islâmico.

A utilização da Sura 9 do Alcorão, no seu chamado a jihad ou guerra santa, para eles, em este contexto tinha uma necessidade – como quando no seu dia foi formulada, com os crentes muçulmanos a serem confrontados violentamente pelos grupos “politeístas”…

A maiores a resolução de ver o Islão como a única religião capaz de semear uma paz justa no mundo, levou aos fundadores desta fraternidade a invocar uma jihad global – mundial.

Aqui o Islão, expandido com o tempo, por aquele poder da modernidade ocidental da “anglosfera” para combater seus inimigos no domínio do mundo – a URSS e seus alados… Pela própria natureza desta visão islâmica, em alguns casos, em outros (onde ainda havia inimigos comuns) não, também confrontaria a anglosfera

O problema desta visão islâmica era que se tinha tornado supremacista religiosa – vendo sua religião como superior as outras – e não acreditando as outras religiões serem formas diversas de expressar a essência comum religiosa da humanidade, dentro de diversas culturas, com diversos cultos…

Assim que este conceito – do qual nasceu o atual ressurgir do jihadismo global – era contrario aquele evolutivo conceito do Império ou República universal – onde diversos cultos, diversa culturas e diversas etnias mantém o convívio pela essência comum humana que os une… Tornando-se deste modo involutivo…

Este poder em auge – trabalhando em aliança com a agenda global da anglosfera – confrontou poderes islâmicos, mais nacionalistas e soberanistas, tanto na África como na Ásia… Onde esses confrontos continuam… Unindo inimigos, como China ou Índia, que tem em comum, em este aspeto o evitar esse tipo de Islão supremacista contagie suas regiões de maioria muçulmana… Igual preocupação desenvolvera a Rússia e o Irão, que por isso em início se aliaram na Síria…


Esta visão teve seus momentos de real política, onde confluíram com os interesses de Israel e, em outras como no caso do Hamas, entraram em direto confronto militar pelo controlo do território…

A Arábia Saudita, a pesar da Irmandade Muçulmana ter bebido das fontes do wahabismo, e do teólogo Al-Wahab, com a chegada ao poder de Mohammad bin Salmad, se foi afastando desta organizaçao, mesmo combatendo sua filosofia, no Iraque, ao criar outro movimento jihadista o Estado Islâmico, para defrontar as milícias proxis dos Emirados Árabes e o Qatar, no intuito de salvaguardar suas fronteiras…

Por sua vez em regiões da Europa movimentos de tipo supremacista religioso tem surgido – como nos Estados Unidos o Evangelismo sionista – que acham a única forma de trazer paz a humanidade seja com a segunda vinda de Cristo – e a conversão, final, de toda a humanidade a “verdadeira religião” do “único filho de Deus” - Acredita-se que nos EUA ⅓ da sua população pense que o Presidente Donald Trump é um enviado do céu para acelerar a vinda do Messias

A aliança destes cristão com os sionistas judaicos, se baseia no fino fio – de que quando o Messias chegar ele se mostrará e então se saberá se ele é Jesus o Cristo, ou o Mesiah aguardo por Israel…

O problema destas visões supremacistas – que suas dinâmicas as levam a um confronto total mundial – onde somente um pode sobreviver – Isto dentro dum marco de crescente procura de poder militar atómico – Onde tanto uns bandos como outros, tem países como capacidade nuclear destrutiva…

Por sua vez, estas tendências barrem as bases do Direito Internacional – que impedem que as diversas teologias participem da diplomacia e do organograma mundial legistivo – Sendo que o impulso deste confronto religiosos favorece que a lei laica (no nivel nacional e internacional), seja substituída pela lei religiosa…

Assim, como exemplo, observamos políticos israelense afirmar que o povo eleito não tem por que aderir ao Direito Internacional - e certos lideres muçulmanos expressar que a única lei a aplicar deveria ser a Sharia 

Este cenário não deixa de ser preocupante – E está a empurrar a humanidade a uma desconfiança mutua.

Na Europa – da baixa natalidade – dentro da necessidade mão de obra não qualificada, e mesmo qualificada, muitos políticos falam abertamente – de realizar um direito migração seletivo – que deveria priorizar países de culturas, religiões e falas condizentes com as do país demandante…

O medo e a desconfiança ganha forma no mundo… E a esperança?


A volta da superstição mística? Caminho do falso misticismo?

Assim que em este contexto atual de “crises permanente” no Oriente Meio (Ocidente da Ásia) – a luta entre radicalismos “isolacionistas” supremacistas – toma um cariz perigoso involutivo, que ameaça a possibilidade de entendimento, coesão e convivência pacífica dentro do marco religioso da regiao e, matem a inquietação deste desassossego poder contagiar o resto do mundo. O modelo evolutivo reintegrador se encontra, aqui, com muitas dificuldades.

O supremacismo sionista – embate como o islamismo involutivo excludente, agora mais abertamente – enquanto os espelhos deformados de ambos lados atraem a cena a um terceiro convidado: o cristianismo sionista (que se une mediante a crença messiânica digressionada ao mesianismo judeu sionista, no combate a pressão dum islamismo involutivo em expansão)


Para os “teóricos da conspiração” se estaria a cumprir a terceira parte da suposta carta que Albert Pike enviou a Giuseppe Mazzini, em 15 de agosto de 1871. Carta na que Pike adverte a Mazzini, que para estabelecer um governo mundial – controlado supostamente pelo “evoluído poder maçónico” seriam precisas três guerras: uma primeira para derrubar o Império Russo – uma segunda para derrubar o poder nacionalista alemão e criar um estado sionista em Israel – e uma terceira aproveitando as contradições entre o sionismo e os lideres do mundo islâmico.

É importante advertir aqui, que nem todos os maçons - em todos os grupos maçonicos têm linhas políticas idénticas... Em muitos capítulos da história dos recentes séculos os temos vistos enfrentandos entre si - Entre soberanistas e mundialistas, entre liberais e conservadores... 

A sua vez uma nova teoria surgiria a tona, relativa ao controlo sionista do sistema bancário global, dos médios de comunicação, das grandes corporações globais privadas, dos centros de entretenimento como Hollywood… Este teoria acha que uma elite sionista global, conspira para utilizar aquele cristianismo sionista comprometido com Israel, na procuraria de arrastar as potencias cristãs ocidentais, mais importantes. a uma guerra contra o Islão – Auto-destruindo-se mutuamente e, finalmente, permitindo o poder judaico e ao povo eleito por Deus governar, como Sacerdotes, sobre toda a Terra…

Outras profecias como aquela ibérica do “homem do Tejo” – ou do surgimento na França – do “Rei Redentor” sugerem que após um trunfo momentâneo do Islão sobre a Europa – Estes dois lideres ( mesmo alguns visionarios pensando ser as duas profecias anunciadoras de só homem) nascidos duma linhagem real oculta – conseguiriam implantar no mundo a verdadeira fé – Católica, uma vez derrotados os infieis islâmicos…

Todas estas visões de confronto religioso e civilizacional – começam a tomar corpo – em certas camadas das sociedade – alentadas em tempos de profunda “crise sistémica”: mudança do ciclo dos mercadores ao ciclo dos cidadãos, mudança do sistema económico capitalista e sua arquitetura social, com seu velho reparto do trabalho; assim como seu ideário político: o liberalismo

Sendo que estas apocalípticas narrativas de confronto – e procura dum beco sem saída – onde a sobrevivência do poder civilizacional – religioso mais forte marcará a pauta, fazem dificil um dialogo aberto – Matando em esta dinâmica, a sua vez, o sistema laico de diplomacia e acordos bilaterais, e dizer, matando, hoje em dia, a precária ordem Internacional nascida após a II Guerra Mundial


A missão da América do Sul e a missão da Rússia

"A esperança é uma arma poderosa e nenhum poder no mundo pode privar-te dela" (Nelson Mandela)


Unicamente as visões e revelações proféticas otimistas do artista argentino Benjamin Solari Parravicini, nascidas como psicografias desenvolvidas por médio de diversos desenhos, mostram um caminho de real esperança, a uma futura humanidade conturbada pelas mudanças que se avizinham.

Condizendo os desenhos expressivos de Parravicini, como a narrativa do mexicano José Vasconcelos, no seu livro “A raça cósmica” e com as profecias lusitanas sebastianistas dum V Império do “Espírito Santo”– na sua versão filosófica mais recente: a de Agostinho da Silva… Onde o Brasil, a Argentina e o Uruguai (para muitos a interseção dos três países na Bacia da Prata, juntando-se aí, também, o Paraguai e a Bolívia) como ponto de renascimento duma nova humanidade

Ponto de encontro na América do Sul – onde todas as etnias, culturas e cultos chegariam a harmonia que permite a união – projetando uma nova sociedade, com uma nova economia – virada já para o humano ser e não para o mercado – Assim como um novo tipo relacionamento com a natureza – a partir do abandono do consumismo predador do ter e chegada duma filosofia focada no “ser” – Seguindo aquele maravilho exemplo que o psicólogo social Erich Fromm, no seu livro precisamente intitulado “ter ou ser”nos legou.

Esta esperança da América do Sul, se junta às profecias da III Roma – Russas – no seu pensamento mais atualizado – nas quais a velha Rússia Ortodoxa cristã emergiria como último bastião do cristianismo (segundo a profecia não haverá uma quarta Roma) – moderando o relacionamento entre este cristianismo, o Islão e o judaísmo – e dizer abrindo a porta a comunicação entre as três religiões abraámicas…

A mesma ideia da Federação Russa atual reivindicar-se como multi-étnica, multi-cultural e multi-confessional abre a porta à realização daquele Império ou República Universal Reintegracionista – onde a diversidade se une pela essência – Esta é a visão mais evolutiva que, a dia de hoje, e a causa da tónica evolutiva humana, temos para poder assentar as diversas coletividades humanas em um projeto de comum respeito e convivência… Enquanto a humanidade ainda não chega a transitar aquela Tripla Libertação, Tripla Pacificação ou Tripla Unidade do indivíduo com a sua psique pacificada; do indivíduo pacificado com a natureza, e das sociedades no se interior pacificadas – abertas a um dialogo e comunhão mais profunda entre elas… Para finalmente poder chegar aquele ideal magnifico da Ajuda Mútua, que o grande Piotr Kropotkin, estabeleceu como possível – ao estudar a rede vida – interdependente…


Assim mesmo o Brasil – com o reconhecimento da sua pluralidade étnica, cultural, religiosa – unida naquela essência comum – que no caso do gigante sul-americano é a própria raiz da miscigenação do país – e dizer a “brasileiranidade”- se torna, pelo poder que está, devagar a trabalhar dentro da região (e que será mais visível quando o Império norte-americano declinar e contrair seu peso na região)... Se torna, dizemos, num candidato adequado para criar um Centro Geográfico – Um novo berço impulsor daquela nova humanidade a ser realizada na Bacia da Prata e abrangente a toda o continente Sul-Americano.

Daí, que como foi visionado por diversos autores a complementaridade do Brasil com a Rússia (ambos trabalham dentro dos BRICS) poderá trazer importantes desenvolvimentos para o global da humanidade… Sendo que as parcerias com a Índia e Sul-África (dentro do ISBA) serão, no seu dia, de vital importância para equilibrar – a dualidade dos confrontos Ocidente contra Oriente - Retirando o mundo da incompreensão das polaridades – que se vem tem seus atritos – também tem suas uniões na neutralidade das complementaridades…

 Ao mesmo tempo o Brasil desenvolverá, no futuro, um poder de caráter “anfíbio” – próprio duma cultura essencialmente amazónica – O que por si mesmo vai dissolver – dentro dele – aquele secular atrito entre as polaridades telurocrática – talasocrática (agua – terra)  

O recente trabalho em energia nuclear dentro do Brasil – estudando os navios e plataformas russas de propulsão nuclear para adaptar os mesmos, para emprego em submarinos, com tecnologia totalmente brasileira (sem dependência externa)… Que de ter sucesso – poderão mesmo ser aplicadas ditas experiências a plataformas fixas, para poder abastecer de energia, em início, pequenas cidades interiores – E parcerias que podem ser feitas com a companhia estatal russa Rosatom e outros parceiros BRICS – ou companhias de outras nacionalidades do mundo, abertas ao mútuo beneficio – serão de vital importância para conquistar a soberania energética do gigante sul-americano.

Em este sentido, as visões relatadas por Ferdinand Ossendowski, no seu livro “Bestas, Homens e Deuses” – sobre a profecia do “Menino Rei” também são condizentes – mas estas também estão cheias catastrofismos – tendo um sentido de purificação pelo fogo – e renascimento após a queima… Esta profecia poderia fazer uma ponte entre as profecias apocalípticas e as profecias do renascer

Mas como bem falava o grande espiritista brasileiro Xico Xavier, as profecias não deveram ser tomadas nunca ao pé da letra. No caso das pessimistas elas simplesmente são uma advertência – para a humanidade – de que de não mudar seu rumo de guerra – a lógica involutiva do “Adharma” queda no caos – tem como final a destruição e o geral confronto… Tal como o sagrado Bagavad Gita indiano nos leva advertindo, desde os tempos de Krishna…


A crise na Venezuela


Na atualidade a situação guerreira involutiva invade a América do Sul – com a crise na Venezuela.

As contradições entre o projeto bolivariano do governo de Nicolas Maduro e o projeto da Administração Trump – se fazem agora difíceis de ultrapassar – pela mesma situação global geopolítica.

A necessidade de tomar o controle das grandes reservas petrolíferas da Venezuela, junto aos minerais estratégicos e aos de valor imprescindível (em tempos de crise da moedas “fiat” e da moeda de referencia global) como o ouro – é acrescentada pela necessidade duma vitória norte-americana, após a “humilhação” dos huties no Iemem – da impossibilidade de derrotar (pelo momento) ao Irão e, dos recuos globais dos EUA desde a saída do Afeganistão…

A pausa no confronto israelense – palestino, a saída direta de Washington da guerra na Ucrânia (mesmo que continue a vender armamento para os europeus – que, a sua vez, lho subministram à Ucrânia – e mesmo as ameaças de enviar misseis que possam atingir mais profundamente o território russo)… Assim como um certo relaxamento na guerra comercial com a China (mesmo com ameaças a certos produtos chineses que chegam ao mercado dos EUA)… Possibilitam ao governo norte-americano a iniciar o plano de derrubo do governo chavista em Caracas…

O novo relacionamento mais amigável com o presidente brasileiro Lula da Silva, além de melhores acordos comerciais, com um país cuja balança de pagamentos é deficitária com respeito aos Estados Unidos… também favorece uma atitude “neutra” dos brasileiros na crise venezuelana – tendo em conta o projeto bolivariano não ser o projeto geopolítico do Brasil na América Latina, nem no Sul Global…

Sendo que o Brasil já facilitou as cousas, ainda que indiretamente, para os Estados Unidos, quando vetou a entrada do país das caraíbas nos BRICS, durante a cimeira de Kazan, em outubro de 2024

Sendo que nunca o Brasil se envolveria em facilitar colaboração – nem técnica, nem territorial e menos militar – com nenhum dos contendes, uma neutralidade diplomática do Brasil e uma neutralidade narrativa do mesmo (de ser lograda) seria, na prática, de grande beneficio – para a mais que possível intervenção norte-americana na Venezuela – Agora mais facilitada pela concessão do Prémio Nobel da Paz, a opositora Maria Corina Machado – Amparada a mesma na suposta ilegalidade do governo Maduro, reclamada pela oposição desde as últimas eleições na Venezuela de 28 de Julho de 2024 – a critério opositor fraudulentas.

A superioridade militar, logística e de inteligência dos Estados Unidos – podem dar a ver, que a iniciativa de derrube do regime, que atualmente governa a Venezuela, pode ser mesmo rápida; no entanto o apoio de países como Rússia, China e Irão, pode complicar este, a priori, fácil cenário.

A Rússia, segundo diversos analistas russos, não pode ficar de braços cruzados – devido a seu prestigio como pilar militar do emergente mundo “multi-polar” – assim como para assegurar sua presença na região e, manter em pé suas diversas inversões em variadas áreas…

A China se encontra numa situação, onde a queda do presidente Nicolás Maduro, após a tentativa de Milei de retirar inversões chinesas (depois da concessão dum novo empréstimo por parte do FMI) – na qual uma retirada da Venezuela (a Nobel Corina Machado já anunciou que China teria de ir embora da Venezuela se a oposição chegar ao Poder) – poderia significar o inicio da retirada parcial de muitos outros países do continente…


Irão, o país que provavelmente ira dar maior ajuda no campo de batalha, precisa retardar o mais possível uma nova intervenção israelense norte-americana no seu próprio território.. Sendo que a maiores é muito importante a visão da Venezuela como fazendo parte do “Eixo da Resistência” – que após a queda de Al-Assad, na Síria, dificultaria bastante o corredor auxiliar de Iraque ao Líbano – o que, em caso, de ataque ao Hezbolalh por parte Israel e Estados Unidos, poderia ser muito perigoso para os interesses do Irão e de seu projeto… Daí manter os norte-americanos retidos por muito tempo na Venezuela, seria um cenário muito propicio para os persas…

Por sua vez, do confronto prolongar-se no tempo, o contagio a Colômbia e, daí a outros países da região poderia tornar-se uma realidade… Gustavo Petro, atual presidente da Colômbia já advertiu a este respeito… A mesma Colômbia (que tem bases norte-americanas no seu território), como paradoxo, não veria como bons olhos bases norte-americanas na sua fronteira (algo que de entrar a oposição ao poder – a mesma Corina Machado já afirmou como um fato)

Do desenvolvimento desta contenda também vai depender a futura criação do Centro Geográfico Brasileiro – Se os EUA ganhar se aprofundaria no continente Americano – o rol de reparto do trabalho da anglosfera – onde o Brasil e toda a América do Sul – seriam sub-ministradores de matérias primas e complementos de industria ao Centro de Poder norte-americano; ao tempo que se tentaria criar uma forte dependência financeira do dólar – via endividamentos – dado as dinâmicas soberanas de afastamento do dólar em andamento por todo o mundo multipolar (mesmo sendo realizadas devagar) tem prejudicado o mantimento de Washington como Hegemon Global…


A Resolução da crise – como alavanca do futuro?

"...as emanações construtivas, graças ao amor, vencem as dificuldades do ambiente" (G.O. Mebes - Mestre russo)

Qualquer tentativa do Brasil de criar uma independência energética, militar ou industrial dos EUA, seria abortada, com maior eficácia se os militares norte-americanos desmantelar a “revolução bolivariana” - Dai que o dilema do Brasil atual se encontre a caminho – de evitar dar poder a um projeto chavista – que não pode, de momento confluir, com o projeto brasileiro – dum estado forte – com forte parceria privada – virada a alvejar um futuro estado de bem estar… Enquanto, a sua vez tem manter de afastados aos norte-americanos o mais possível da América do Sul

Daí que um trunfo da Venezuela – contra os norte-americanos não seja do agrado total do Brasil – E um trunfo dos norte-americanos, que lhes daria mais presença na região, seria totalmente desagradável para Brasília…

A pouco de fechar este artigo, o presidente Lula se vêm de tomar posicionamento contra a intervenção do presidente Trump, na Venezuela... 

Aparenta o medo de Brasília a uma maior presença norte-americana na região, tem inclinado a balança, a favor do rejeitamento... Mesmo que de se produzir a intervenção o Brasil não possa intervir... 


Um desgaste mútuo seria o melhor cenário para o governo Lula.

E talvez o melhor para implementação dum poder brasileiro, sem o qual, a América do Sul, não poderá realizar, em um futuro, aquele sonho de neste continente, fora de toda dependência, se puder criar um Centro Geográfico – que ajudaria a humanidade a esse anelada reconciliação do ser humano consigo mesmo, do ser humano com a natureza, e dos povos, culturas, etnias – consigo mesmas – e, depois, umas com as outras…

De algum modo este processo fecharia o círculo iniciado na Península Ibérica – com aquelas mencionadas navegações e aquele circundar da navegação do globo – de finais do século XIV- inícios do XV – que ligaram continentes, gentes, culturas e civilizações – marcados os encontros ainda pela ideia predatória da guerra e o domíno sobre os outros… E, agora, em essa nova terra de promissão americana – poder-se iniciar esse maior e mais harmonioso conhecimento mútuo, que passa pelo conhecimento primeiro de nos mesmos… Para avançar naquele trabalho de equilíbrio interno do ser – e externo da humanidade.

Sendo que este fechar de círculo, em séculos futuros, possa possibilitar a nova humanidade nascer da agua da calma, do alento do amor e do fogo do calor compreensivo – para na Terra novamente criar a esperança de realizar a vida – Sem que passar pelo fogo da punição destrutivo

Sendo, deste modo, os trabalhos seculares – teriam um maior e melhor sentido. E a humanidade reconhecida em esse cíclico histórico deambular – teria também uma maior e melhor consciência de si mesma… Nova consciência que permitiria sentir a vida como algo cheio de boa ventura…


Por outro lado, muitas vozes criticas com o modelo Ocidental em declínio vem aos BRICS e a ideia da ASEAN – de unidade em base a intercâmbios comercias de “mútuo beneficio” e estabelecimento de diálogos abertos, entre membros… Assim como o combate aos três males: jihadismo – terrorismo, separatismo e corrupção (tanto dos valores éticos, como económica)… Que vem em estes desenvolvimentos uma forma de ré-conduzir o mundo.

E precisamente em este dialogo aberto, num negociado acomodo geopolítico entre partes, que nós, ainda acreditamos pode certamente a humanidade evoluir fora do círculo entrópico das guerras permanentes…

Poder se traslada devagar a Ásia, e dalí - também chegam os maiores tecnológicos avanços - Que estes avanços também possam ter lugar, também, na psique humana... 


Meu coração tornou-se capaz de todas as formas:

É um pasto de gazelas, o convento do cristão,

Um templo para os ídolos, a Caaba do peregrino,

O rolo da Torá, o texto do Corão.

Sigo a religião do Amor.

Para onde quer que avancem as caravanas do Amor,

Lá é meu credo e minha fé.


Poema- Ibn Al-Arabi











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