A GALIZA E LENDA DO GRAAL – por Artur Alonso

 


Texto duma historia fabulada

Para nossa irmã Iris Coelho, a Druidesa Pitagórica, que nos animou a escrever este texto...

Robero Luciola – em seu Caderno Fiat Lux – nº 19 expressou o simbolismo do Graal a partir da existência “real” ou “simbólica” daquela Lenda Platónica da Atlântida. Em resumo estas eram suas conclusões:

Os Mundos de Duat e Agharta passaram a existir com a queda da civilização Atlante - antes da queda e mergulho da Atlântida a Divindade convivia com a Humanidade.

Os gémeos espirituais Mu-Iska e Mu-Ísis – eram os representantes da Divindade na face da Terra

A queda em Adharma (caos) e o assassinato dos Gémeos Espirituais, no final do período Altante, trouxe consigo a Instituição do Culto do Santo Graal a fim de manter viva a memoria do Dharma.

Uma fração do sangue Avatárico de Mu-Iska e Mu-Ísis foi depositado na Taça Sagrada – e recolhido para os mundos internos – 

A partir deste momento frações do sangue de todos os Avataras seriam recolhidos na “Taça Sagrada” para ser resguardados nesses mundos internos – Ficando na atualidade protegida no Templo Central do Caijah, a Oitava Cidade do Mundo de Duat – Ligada sua vibração à legítima representação da mesma Taça, no Oitavo Templo Externo de São Lourenço , com projeções “tulkuística” nos sete Templos do Sistema Geográfico Sul-Mineiro (no Brasil).

No ponto de interseção entre as “duas Taças – Externa e Interna” – se inicia o processo cíclico de nascimento duma nova humanidade – com o estabelecimento do seu respetivo Centro Geográfico Espiritual – e, a partir dela, a construção dum futuro Centro Geográfico Material

As duas Taças – Interna e Externa – tem conexão axial com o 2º Trono da Mãe Cósmica – Seguindo a sequencia da Tríade Mística - a partir da qual oMistério do Santo Graal tem as suas raízes. A Tríade superior espiritual enlaça, no ponto axial, com a terrenal  – formando assim o Hexágono Sagrado – que entrelaça o 2º é 3º Trono (Mundo Celestial e Terrenal) - para manter o Perfeito Equilíbrio entre os dois Pratos da Balança Cósmica.


A Conexão Galaica


O DNA da população da atual Galiza – herdeira da antiga Kallaecia (A Terra da Deusa Mãe) e da Gallaecia romana – é dos mais antigos da Europa e provavelmente do mundo – Com uma datação de mais de 40 mil anos. 

Calcula-se que no ano 20.000 a.C – um refúgio climático – vai-se estabelecer em este território – de onde nascerá a etnia, cultura e civilização celta – que desde este ponto axial - se iria espalhar, a partir do 7.000 a.C – pelas ilhas britânicas – a Gália francesa – e todo o continente Europeu – ate a Galicia polaco – ucraniana e a Gálata turca.

Especula-se, dentro da visão esotérica, que essa civilização celta – criada dentro do refugio climático do noroeste peninsular – derivou na realidade de uma vaga de Atlantes chegada a este ponto setentrional – antes do mergulho definitivo de todo o continente – e desde aqui – foi espalhando – levando consigo a “Tradição da Taça Sagrada” por todo o Continente Europeu 

A “Laje da Moa” – no Monte Pindo, no concelho de Carnota (na Galiza) – seria simbolicamente o vestigio - símbolo representante dessa chegada da linhagem atlante a nossa Terra – Sendo que a denominação da “Moa” – seria, desde o ponto de vista esotérico, a deturpação popular do inicial nome de “Mu” – Pedra ou Laje de Mú – Nome com o qual continente atlântico seria conhecido: "A Terra de Mú"...

Toda esta tradição lendária teria tomado assento no mais profundo da raiz celto-galaica e, ocultado sua misteriosa origem dentro da multiplicidade e grande variedade oral da  fabulosa tradição de contos e “hestorias” galegas… Tendo em conta que, precisamente, o termo “hestoria” define ainda, hoje, na Galiza aquela historia fabulada – cuja raiz nasce dum imaginário povoado de falares vivos, dentro da alma dum povo, que traz consigo, como sonhos, vivencias perdidas,  e evocações fantásticas dum tempo muito distante, convertidas por seu povo em lendas...

Esta Taça do Conhecimento sagrado - na cultura celta – foi simbolicamente representada pelo Caldeirão Druídico ou Magico - o “Caldeirão da Divindade feminina” contendo, dentro de si, seus muitos e diversos significados.


A TAÇA DO GRAAL – dentro da tradição celta


A Correlação deste Caldeirão Sagrado – com o ser humano foi estabelecido através do conhecimento simbólico do “Caldeirão” da poesia

Assim os seres humanos teríamos dentro de nós 3 caldeirões – em relação direta com as 3 Taças de Poder. Vemos que o simbolismo da Tríade – Trisquel – é muito profundo e variado dentro da cultura celta.

Os caldeirões humanos, para estar em harmonia, tinham de ser sintonizados com a Taça Tripla da Lei – representante dos valores do Dharma (bom caminho que sustenta) e dizer do Amor - da verdade e – da justiça.

No “Caldeirão da Poesia” a fala do, também lendário, poeta, juiz e druida galaico Amergim Glúingeal (que partiu das terras de Brigantium para a Ilha Verde da Irlanda) expõe a existência de um outro caldeirão triplo – Trisquel - que verte “a linguagem oral da poesia. Sendo que a poesia, como bem se identifica na tradiçao nahual – do México – é a “flor e o canto” e dizer a voz que contem a essência da Fonte de Origem.

Três caldeirões especiais são mencionados:

Coire Goriath (Caldeirão do Aquecimento)

Coire Érmae (Caldeirão do Movimento)

e Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria)

O Coire Goriath – Caldeirão do Aquecimento – corresponderia com a runa indiana Satwa – a Alma cabalística espiritual de Neshamad – e sua ligaçao com o 1 Trono do Pai Cósmico – Associada ao cérebro Neocortex – dentro da Teoria dos “Três Cérebros” do neourcientista norte-americano Paul McLean (lembrar, aqui, que o apelido McLean é de origem celta – cuja etimoligia nos remete a uma origem escocesa, com significado de "filho de Gillean" ou "servo de São João" – Sendo este apostolo o padroeiro da Ordem do Cristo -muito associada ao “segredo do santo graal” )

O Coire Érmae - Caldeirão do Movimento – corresponderia com a runa Rajas – Alma cabalística psico-emocional de Ruach – e ligaçao com o 2º Trono da Mãe Cósmica – associada ao cérebro límbico

O Coire Sois - Caldeirão da Sabedoria (pois a sabedoria humana começa a receber-se através da experiência vital física) – corresponderia com a runa Tamas – a Alma instintivo – sensitiva – mais física de Nefash – associada ao cérebro reptilário da ação – reação


A demanda ou procura do GRAAL dentro de nós – na tradição celta

Segundo a Tradição celta – recolhida no “Caldeirão da Poesia”:

O Coire Goriath ou Caldeirão do Aquecimento – Deus no-lo entrega retirando-o dos elementos misteriosos.

O Coire Érmae ou Caldeirão do Movimento – chega a nós, por meio das sendas do bom conhecimento, através de três vias: por meio um derramamento de inspiração, por meio dum estuário de conhecimento ou bem, por meio de certas correntes de erudição. Esta alma, taça ou caldeirão liga-se a mestria no uso da linguagem, sendo considerada como “o copo onde a bebida nobre é fervida na raiz verdadeira de todo conhecimento” – E dizer a Taça anímica – coracional – onde todo o trabalho evolutivo de transformação “alquímica” é realizado – Correspondente as 6 esferas da árvore cabalista que formam o “Zeir Anpin” – ou Hexágono da transformação mística.

E o Coire Sois ou Caldeirão da Sabedoria - que chega a nós por meio das experiências e provações inerentes a mesma vida.

Toda a Lenda relativa ao “Demanda do Graal” – e o rei Artur (nome com significado etimológico de “Urso nobre – forte” ligado a estrela norte – estrela polar “Ursae Minoris” – Estrela ligada à sua vez a Estrela da Manha – Venús – e ao mistério dos Avataras como Lugh, Cristo, e hierarquia caída de Lúcifer 

Dous caminhos eram marcados para o encontro entre o poder espiritual humano e o poder espiritual Divino – Esses caminhos foram conectados – no ponto onde as duas Taças ou Caldeirões – humano e divino – convergiam:

Estes caminhos para atingir a conexão das nossa Taça Tripla – ou alma Trina – com a Taça Trina Divina – passam por duas ramificações, dentro desta tradição celta do “Caldeirão da poesia” :

O caminho da forma invocadora \|/, que representa a experiência de Einigen, o gigante – referente à descida dAwen (Espírito Santo) de uma fonte divina exterior ate o  "coração interior" do individuo Caminho relacionado com tradição cristã do Pentecostes –

E o caminho da forma evocadora /|\, que representa a experiência de Menw – Aquele despertar do Awen dentro da alma individual, por meio do estudo e da contemplação – Correspondente a via do “caminho do meio” do Buda – Ao processo do despertar do “Cristo Interior” da tradição gnóstica. Aos trabalhos do realizar de Bramham da tradição mística indiana, ou “Encontro com o Amado” da tradição sufi…

As duas formas juntas, a senda de Einigen e a senda de Menw, compõem o emblema chamado TribannCorrespondente ao hexágono místico das tradições herméticas…


A Escada que Ascende – para entroncar as Taças Sagradas


Por meio da marcha universal da “Cruz do Pramantha” e o caminho do IO – no exterior avançam os mundos na procura de realizar as transformações precisas – que aproximem estes mundos terrenais, processo de ordem, ate o ordenamento celestial (perfeito).

No percurso individual e coletivo da “rosa-cruz” – uma escada interior e exterior – serve para permitir as hierarquias de luz encarnar na terra – e para proceder a realizar seus trabalhos Avatáricos… Servindo esta aliança anjos – homens, para que e as coletividades humanas e indivíduos possam ir transmutando experiências muito complicadas, dolosas, difíceis, mas também férteis.. Permitindo-nos ir melhorando e aprimorando aquele “trabalhar a pedra dura” para ir polindo a mesma: “espiritualizando à matéria”

Falamos, aqui, daquele abrir da “Consciência” por meio de transformar a “vida energia” em precisamente “Vida Consciência”

Simbolicamente na tradição celto – galaíca temos a “Chegada da Pedra do Destino” – a Galiza – e seu entroncamento com Egito, a tradição hebraico – abraámica – e da Escócia – Ligando o Centro Geográfico Egípcio – ao Centro Geográfico Hebraico – ao Centro Geográfico Galaico – e mesmo, ao posterior desenvolvimento do futuro reino da Escócia – E finalmente à realização dos trabalhos do Centro Geográfico Britânico, agora em plena decadência…

A ligação entre a Toponímia Galaica e toponímia das Ilhas britânicas – monstra o fato de certos ramos de tribos kalaicas (galaícas)  emigradas a terras britânicas – seguiram mantendo seus nomes originais (tal como especificou no seu livro “As tribos Calaicas” – o falecido mestre galego – argentino Higino Esteves Martins). Mantendo, a sua vez, também na toponimia, a raiz lexical ou moferma lexical dos nomes de certos locais, rios, acidentes geográficos... 

Seguramente suas originais tradições nascidas nas terras galaícas ou Kalaicas – posteriormente modificadas pela introdução do cristianismo e de tradições nórdicas e germânicas , tiveram muito peso na elaboração das Lendas artúricas

Sendo curiosamente que a tradição da Pedra do Destino – também tem um ponto de encontro de Oriente e Ocidente, que passa pela Galiza.


A Pedra do Destino no seu passo pela Galiza


Segundo as lendas escocesas a “Pedra do Destino” seria aquela sobre qual adormeceu o patriarca Jacob (filho de Isaac e neto de Abraão). Pedra sobre a que, posteriormente, teve o sonho revelador, 1800 anos antes do Cristo chegar a este mundo. Aquela visão famosa onde o patriarca hebraico descobriu a “famosa escada” pela qual os anjos subiam e desciam do céu… Escada que em nosso interior permite ascender para unir a nossa Tripla Taça como a Tripla Taça Cósmica – unindo os Tronos Celestes com os tronos terrestres…

A escada está ligada ao cabalístico numero 40 das realizações ou da preparação, transformação e juízo – 40 dias do universal dilúvio, 40 dias que Moisés permaneceu no Monte Sinai, 40 anos as tribos hebraicas para atravessar o Deserto… Na tradição judaica a purificação duma pessoa impura, segundo o Talmud, se realiza no banho ritual “Mikve” – dentro dum recipiente que deve ser enchido com uma medida de agua 40 “seas” – E Cristo nasce 40 gerações após o patriarca Jacob, sendo neto de outro Jacob por arte paterna – e tendo, de maior, jejuado no deserto durante 40 dias e 40 noites.

A famosa “Pedra do Destino” – teria misteriosamente viajado da Palestina para o Egito – Em seu dia a Pedra do sonho – atravessou o Mediterrâneo em direção a Sicília. E da península itálica ate a península Ibérica – para chegar a Galiza. Pedra ligada à lendária rainha “Scota” – de cujo nome derivaria a atual Escócia (?)Remetendo a Escócia, a palavra gaelica Alba – relacionando-se de novo como a Estrela da Manha – ou Vénus.

A rainha Scota, seria identificada como filha do Faraó do Egito...

A lenda também afirma a primeira vez que seria utilizada a Pedra do sonho – como Pedra de entronização – teria sido na Galiza – para coroar os reis de Brigantiun.

Segundo a tradição celta – todo monarca devia ser coroado na “Trebopala” ou Pedra da Tribo – Pedra que marcava o ponto - “ónfalos” – umbigo – “Caldeirão ou Taça” de conexão entre a matriz terrestre e celeste

Na lenda da coroação galaica da dinastia de Brigantium – com a Pedra do Destino – a referida tradição celta se une à tradição hebraica – da escada do sonho do Patriarca Jacob – Ramo de Jacob do que nasceriam as 12 tribos de Israel – Unindo-se também, depois, à tradição escocesa e posteriormente britânica e, por seu lado também a Grega – Entroncando aqui a base do 4 pilares culturais do ocidente: Egito, Grécia, o mundo celta – e posteriormente com a chegada o suevos no ano 409, do século V á Gallaecia -  Galiza – com a tradição germana…

Dado que a lenda fala também que seria o grego “Gathelus” (filho do ateniense “Cecrops”) casado com a mesma Scota, quem na altura do “Éxodo” quem – com o tumulto da revolta e fugida dos hebreus – se teria feito com a Pedra – Sendo ele o fundador “verdadeiro” dum renovado reino de Brigantium, que abrangeria também as terras de Compostela – Terras que mais tarde "receberiam" os retos doutro Jacob – o Apostolo Santiago

Simão Beck, filho de “Gathelus” – levaria a pedra ate Irlanda, de onde as tribos irlandesas da Hibernia, chamadas Scoti, pelos romanos, vencendo aos “Pictos” originários – criariam uma linhagem de reis – que se coroariam sobre a Pedra.


A Galiza – Senhora da TAÇA 



Segundo “Leber Gabala Eirin” ou “Livro das Invasões da Irlanda” – O Druida Amergim, para vingar a morte de Ith, filho de Breogam, partiu com a expedição dos “milesianos” rumo a Ilha Verde da Irlanda – Ith teria olhado a Irlanda, desde a Torre de Breogan (A Torre de Hércules atual, na cidade da Corunha – na Galiza – simboliza aquela Torre Vigia do mito) – Ith partiu para a ilha e foi assassinado pelos seus habitantes.

Amergim (O Druida do “Caldeirão da Poesia”) – seria abençoado, a sua chegada, pelas Deusas da ilha Bandua,Éiru e Fólda, as rainhas dos “Tathua de Danann” – ou Filhos da Deusa Dana – (a referencia celta para Mãe Cósmica – a Senhora da 2º Trono Celeste).

Os Tathua de Danann, no seu dia capitaneados por Lugh – tinham eliminado os seres obscuros “Fomorianos” – encabeçados pelo gigante Balor (Avô materno do próprio Lugh) – Os restos dos “Fomorianos” ainda com vida teriam fugido para interior da Terra – Daí que na tradição lendária celta o interior da terra também albergue a polaridade luz / sombra, e não somente esteja habitada, como nas lendas orientais do mito de Shambala, por seres de luz – símbolos da eterna paz, harmonia e felicidade.

 A morte do avô de Lugh (senhor das hostes obscuras)– a quem o “herói mitológico” corta a cabeça – simboliza, na transformação interior – a descida as sombras internas (a nona esfera gnóstica) – o vencer os demónios que nos habitam (como a descida de Cristo aos infernos, segundo o evangelho apócrifo de Bartolomeu) – e o domínio do mental racional (simbolizado pela cabeça cortada) por meio do poder espiritual supremo – O Divino em nós…

Lugh como ser purificado emerge da batalha – como dono de si – O simbolismo do caldeirão de Brain – dos guerreiros que ganham o acesso a “ilha da eternidade” – outra ligaçao com a Taça da Pureza ou do Graal.  

Lugh, o Avatara celta, guardião da espada mágica e da lança invencível, vinda da cidade de Goria – sendo um dos quatro tesouros dos Tautha Dé Danann – simboliza o cabeleiro perfeito em todas as artes – é dizer o “Iluminado” - Arquétipo guia – daqueles que pretendem a via da transformação transcendente – Esse arquétipo do filho perfeito – será recolhido nas Lendas Artúricas com o nome de “Galaaz”- aquele – ser puro – capaz de ver o Graal -

Galaaz era filho de Lancelot – Lancelot, aquele cabaleiro da saudade mística, que chegaria a Cedeira, vila marinheira da Galiza – fugindo do seu apego ao amor terrenal pela bela e enigmática Genebra (mulher do rei Artur)

Por sua vez falam as narrações lendárias que Galaaz, puro e não apegado aos amores materiais – chegaria também a Galiza, onde se encontraria com a Taça Sagrada após vencer numerosas provas. Provações externas – bandidos e inclemências do tempo; e Provações internas – monstros que se materializam – alegoria dos demónios internos – que a humanidade exterioriza em destruição e morte…

Galaz chegaria ao Cebreiro, nas montanhas dos Ancares – onde uma réplica da taça do Graal – envolta em mistério ainda figura – acompanhada de uma bandeja – Bamdeja com 7 círculos dentro dum círculo maior – Simbolismo do segundo trono e suas hierarquias de luz – ou“Luzeiros”… 

Vemos aqui o alegorizado o simbolismo estelar dos “caminhos da via láctea” – Caminhos dos quais os montes galaícos são a representação terrestre – na sua peregrinação a Compostela – Peregrinação nascida da tradição celta – das almas que percorrem o caminho solar – do leste ao ocidente – para deixar-se ir "ao além" nos confins da Terra – o Caminho de Santiago original vai ate “Fisterra” – Temática muito bem estuda pelo ilustre professor galego André Penha Granha    

No percurso em procura do Graal, Galaaz vai ao encontro "casual" com a mulher da Fonte – A mulher da atração carnal, sensual e sensitiva - mas também enigmática (alem da bela apariência o transfundo) – A mulher chora e em cada lágrima, com a sua dor nos magnetiza – A similitude da Moura galaica e da tradição portuguesa é, aqui, evidente. A Moura - que aparece nos caminhos (junto as pedras, antas ou fontes) aos viajantes ou peregrinos, penteando seu cabelo com um pente de ouro – Oferecendo os tesouros dos que é guardiã Aqueles que a libertam de seu encantamento.


Nas mouras temos aqui o simbolismo da alma encantada nos mundos ilusórios – do sonho "irreal" mental e material – e a possibilidade de acessar ao “tesouro espiritual” para aqueles destemidos – Aqueles que adentrando-se no reino das sombras (a moura surge do subsolo) – no mais profundo de si mesmo – possam vencer o "medo atávico" - Morrendo para o profano, amor terrenal, material e renascendo dentro do “ Amor sagrado espiritual” - O Amor Incondicional - talvez a essência do líquido "griálico"...

Esse “sagrado renascer” que é a raiz de todo o “mistério do Graal” – que somente um cabeleiro puro como Galaaz pode chegar a contemplar – e beber, uma vez ultrapassadas as provas insuperáveis para o comum dos mortais, ainda no "sonho de narciso" atrapados...

Daí Galaaz encarnar nas lendas artúricas o Cristo Ressuscitado – Sendo a Taça do Cabreiro que une essa tradição ao Norte e Sul do atlântico mar do ocidente – Tradição lendária que situa a mesma Galiza como senhora e Mãe dos trabalhos da obra espiritual do ocidente na Face da Terra

Louvado seja Deus porque me permitiu nascer, medrar e fazer-me homem neste grande Reino que chamamos Galiza. Neste grande reino do “Fisterre” que vai desde os montes ata o mar onde brilham os barloventos. A terra dos mil rios e dos mil vales.(...). Galiza mãe eterna que se inclina um pouco diante de mim agradecida porque eu lhe fui a ler uma prosa ou um poema, mas eu desde logo não deveria deixar-lhe à rainha santa e eterna que é Galiza dar-me seu agradecimento. Senão adiantar-me eu e ajoelhando-me dizer-lhe: obrigado, muito obrigado, verdadeiramente obrigado”

(Álvaro Cunqueiro – Escritor galego – Discurso de Investidura como Doutor Honoris Causa – pela Universidade de Santiago de Compostela)

Os trabalhos da Taça no conhecimento do Ocidente


Esse simbolismo da Taça foi desde o noroeste da península celtibérica às ilhas britânicas – criando finalmente o centro espiritual e material – ocidental, que nos nossos dias está em decadência… Passando, agora, o seu revezo civilizacional de novo para o Oriente -

Novos trabalhos, agora semelha, começam a tomar vigor na Ásia para evitar o “fogo universal” civilizacional se extinga – Recebendo de novo o entroncamento do Pamir – a nova força vital – para criar na Eurásia um novo centro geográfico – que marcará, por séculos, talvez, os novos destinos da humanidade- Teremos de saber que uma vez esgotado este processo no Oriente – de novo um novo centro terá de ser levantado.

Em este momento quiçá a América do Sul – liderada pelo gigante brasileiro – abra suas portas para receber essa encomenda civilizacional – para outra vez abrir-se a Luz no Ocidente

E não por acaso esse Brasil nascido do filho da Galiza, Portugalque no processo se teve de tornar Pai – Nasce como futuro foco que – tome o revezo civilizacional – para garantir de novo continuidade ao processo evolutivo da humanidade.

Sendo que a Galiza – da Taça do Graal – também na essência esta a vibrar como Mãe, dentro daquela outra taça – da qual Roberto Luciola – nos fala dos trabalhos em São Lourenço.

Sabendo que esta Taça de São Lourenço – recebendo a força das Taças do Cabreiro – que na península Ibérica também esta unida a Taça da Catedral de Valência – na Espanha – Taça que marca os trabalhos templários do Levante – que agora na América do Sul serão unidos aos trabalhos da tradição templaria atlântica de Tomar – Dado que a essência dos povos celtibéricos – em esta América do Sul esta contida.

Eis aqui o mistério celta – cristão do Graal – renascendo na visão da raça cósmica (união de todas as raças) que tanto o mexicano José de Vasconcelos, como o argentino Solari Parravicini, como o grande Mestre brasileiro José Henrique de Souza visionaram – e abriram as portas do “mundo da ideias” (mundo da planificação, prévio a toda materialização) que permite, com o tempo e o esforço, realizar nas terras de provisão do atlântico sul do continente americano – a sonhada nova consciência da fraternidade.


"Toda a grande obra supõe um sacrifício; e no próprio sacrifício se encontra a mais bela e a mais valiosa das recompensas"  (Agostinho da Silva)





















Comentários

  1. Gratidão por partilhar connosco tamanho conhecimento e sabedoria, V.I.

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    1. Agradecemos, nós, amiga Iris, por ser você quem sugeriu falarmos do graal e sua demanda…

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