DESCONEXÃO GLOBAL – Por Artur Alonso
Mudança de sonhos
Os sonhos, longamente tecidos pelo poder hegemónico anglo-ocidental, nos últimos séculos estão chegando agora, com a irrupção do “terramoto Trump” ao seu fim. O modelo unilateral globalista, que tomou impulso vital a partir da II Guerra Mundial (após a demonstração atómica de Hiroxima e Nagasaki) e que ganhou força de expansão total com a queda da União Soviética, fica cortado das suas redes de aprovisionamento. Na realidade o modelo tinha tocado seu limite biológico, após o sustento energético do mesmo, baseado no controlo das dívidas (o dinheiro criado por meio de dívida), entrar em colapso na crise bancaria (que atingiu o pulmão sistémico de Londres e Wall Street) entre os anos 2007-2008.
Estes sonhos nasceram dos sonhos de Francis Bacon e a “Nova Atlântida” e dos sonhos de Jhon Dee e as 13 colonias britânicas em Norte América, como semente do futuro centro geográfico para guiar, no caminho da luz, o mundo… A quebra das finanças globais em 2008 – tiraram os sonhos errados de poder material hegemónico, nascidos como pesadelos, sobre estes outros nobres sonhos.
De 2008 a 2010. A partir destas datas a expansão anglo-ocidental teve de iniciar seu primeiro recuo. Os vazios deixados foram ocupados timidamente por uma Rússia em recomposição (dentro do 1º tabuleiro geopolítico: o militar) e por uma China já em desenvolvimento (dentro do 2º tabuleiro geopolítico: o económico). O nascimento dos BRICS – como semente de uma nova realidade multipolar – trazer-ia consigo a remodelação no plano da cosmovisão, que ate o de agora tinha sido hegemónica no mundo (no 3º tabuleiro social-cultural-civilizacional irrompia a voz do Sul Global - que procura outro mundo, fora do controlo da anglo-esfera ou anglosfera)
A voz do Sul Global – e sua aliança com a Rússia
O ideal de finais do século XIX, cristalizado na África por Cecil John Rhodes, de através do centro geográfico material britânico criar una unidade mundial, comandada pela superior civilização criada pelo homem anglo-saxão, tinha apagado as vozes das (em muito caso milenares culturas) de outros povos do planeta.
No fim da segunda guerra mundial, com a extenuação do império britânico, esta cosmovisão centro europeia teve de ser orientada desde o novo centro material norte-americano, que respondendo em essência aos mesmo valores, acomodou em seu seio o “dever superior do homem branco europeu” de guia e farol da humanidade, dentro do “excepcionalismo norte-americano” – Mantendo o espírito da missão civilizacional seguir correspondendo a herança indo-europeia da raça ariana. No seu ponto de focagem mais extremo surgiu o “nazismo”
A inícios do século XX – o ponto mais elevado desse poder ocidental – tocou seu zénite, quando a 16 de maio de 1916, mediante o tratado Sykes-Picot, as duas grandes potencias europeias a Inglaterra e a França, com a anuência da Rússia, dividiam as riquezas energéticas do mundo, ao dividir o Oriente Médio.
Poucos anos antes (entre 1881 e 1914) o novo imperialismo colonizador tinha repartido África, entre os poderes europeus, com pouco encaixe da Alemanha. Esta situação, junto a outros fatores de fricção ia desencadear a I Guerra Mundial.
Em este conflito europeu, desenvolvido entre 1914 e 1918, o poder britânico aproveitaria para eliminar todos os seus mais imediatos concorrentes, mas no processo o braço britânico em expansão tocou aquela linha que marca um limite, alem do qual avançar já não é possível. Mas a queda da Alemanha, do império austro-húngaro, do império otomano, e queda da Rússia, encobria na sua “momentânea euforia” o declínio visível, que na sua expansão territorial já tinha atingindo o ponto de retrocesso (matando com esse limiar o sonho malogrado de Rhodes).
O chamado “grande jogo” pelo controlo da Ásia Central, entre os britânicos e os russos (que decorreu entre inícios do século XIX e XX, entre o Tratado Russo-Persa de 1813 até à Convenção Anglo-Russa de 1907), junto as duas guerras Anglo-Afegãs (de 1839 a 1842 e de 1878 a 1880, respetivamente) marcaram essa inércia de retrocesso no domínio britânico, que avivaria a ânsias de independência dos súbditos da “joia da coroa:” a poderosa nação indiana. A primeira revolução em 1857 já marca esse caminho inexorável em favor da desconexão do iminente poder indiano com a velha metrópole (que se iria consumar finalmente em 15 de agosto de 1947)
A mudança de plataforma continental da Europa britânica à América dos Estados Unidos, era mais que nunca precisa, após o desgaste de Londres na II Guerra Mundial.
O Estados Unidos partiram em posição de relevo, após o poder britânico ter demolido definitivamente o poder de todas as potencias europeias e asiáticas, que o confrontaram. O poder espanhol (que absorvera e debilitara o poder português, a finais do século XVI) fora removido definitivamente, com a ajuda dos Estados Unidos com as independências hispano-americanas (entre 1809 e 1829) e a perda de Cuba em 1898. O poderio holandês (com o estouro da bolha das tulipas no inverno de 1636-1637) e a posterior mudança do centro financeiro a Londrés. O poderio em expansão francês (com a capitulação de Montreal a 8 e setembro de 1760). O poder chinês (máxima potencia comercial ainda nos séculos XVIII e XIX) com as duas guerras do ópio (1839-1842 e 1856-1860). E já referida queda dos impérios na I Guerra Mundial
Por sua parte a Rússia que a inícios dos século XX acordou a realizar uma tentativa de modernização, levada pelo impulso sonhador de “missão civilizacional” e “reserva espiritual da Europa” como sonhou Rudolf Steiner e a extraordinária “Geração de Prata” - foi banida ao poço obscuro da historia com o bom trabalho da “Inteligência britânica” que culminou com queda do Czar Nicolau II, após a revolução de outubro, em 1917.
Esse poder anglo-saxónico, movimentando-se nas sombras da sua magnifica inteligência, também apoiou o exército contra-revolucionário (que encabeçado por um general francês) esteve a ponto de abalar o novo regime. Essa mesma Inteligência também apoiou a ascensão de Adolf Hitler numa tentativa de contrabalançar a expansão do poder soviético na Europa continental. Estes dous aopios do poder anglo-ocidental foram bem documentados pelo próprio economista e historiador anglo-americano Antony Cyril Sutton (no seus estudos: “Wall Street and the Bolshevik Revolution “ e “Wall Street and the rise of Hitler”).
A ascensão de Stalin, no meio duma guerra total dentro do partido bolchevique, cambiaria o curso da história em favor do grupo soberanista contra o grupo internacionalista. Isto ira ter consequências muito profundas no desenvolvimento da multi-polaridade de nossos dias. O sector conservador bolchevique toma o poder contra o sector mais progressista. A revolução permanente perde diante do socialismo em um só país.
Com a morte de Stalin, e a ascensão de Kruschev, de novo o grupo mais atlanticista e progressista toma o poder na URRS (tal com bem documentou Grover Furr no seu ensaio “Kruschev mentiu”); este movimento seria fundamental para a queda do regime, não pelas falhas internas, senão pela reorientação em favor duma “aliança ou convivência com o poder progressista ocidental” que finalmente atuaria (por meio dos seus bons serviços de inteligência para acabar com a “ameaça soviética”). A retirada do rubro do padrão ouro vai criar uma vulnerabilidade, que vai impossibilitar a criação dum sistema económico alternativo ao predomínio do dólar dentro do espaço de controlo soviético. Um problema que se tornaria fulcral no devir da Guerra Fria, mesmo a queda da União Soviética tenha mais a ver com um derrubo programado por dentro (como os próprios colaboradores de Mikhal Gorbachev tem amplamente documentado)
A família sueca Nobel, por meio de Immanuel (pai de Alfred Bernhard Nobel, membro da Academia Sueca das Ciências, em cujo nome se outorgam os afamados e cobiçados prémios) trabalhou para o Czar Nicolau I, em projetos de desenvolvimento perto-químico, mineiros e militares, no intuito daquele esforço por modernizar, que tanto inquietava ao poder britânico.
Essas tentativas russas ficaram adiadas trás o desastre da Guerra da Crimeia de 1856 e os recortes no gasto militar do novo Czar Alexandre II. De estes períodos de instabilidade a Rússia imperial nunca se recuperaria. Seria a União Soviética, a finais da II Guerra Mundial, que emergiria como poder central – junto com os EUA – deslocando definitivamente o poder europeu, após o período de descolonização da segunda metade do século XX – impulsado tanto pelo poder norte-americano como soviético.
A independência política da América do século XIX, seguia na sequencia da independência colonial da África e da Ásia do século XX. E agora começa reclamar esse Sul Global uma independência económica que lhe de voz, no marco internacional.
Os movimentos africanos de desloque do poder francês e norte-americano, em favor do poder russo- chinês (em estes últimos anos), junto a criação de diferentes organismos euro-asiáticos e a interconexão das novas rotas chinesas da seda (a mais recente Belt and Road Initiative), junto com o apoio militar e cientifico -tecnológico russo no plano dos novos projetos energéticos… Reage dentro deste nova realidade de queda do poder global anglo-ocidental.
O trunfo do presidente Donald Trump, junto a seu vertiginoso movimento de desconexão do centro norte-americano dos organismos e organizações internacionais (de caráter globalista supranacional) responde a esta nova realidade.
A nova realidade
Em esta nova tessitura, o poder norte-americano decidiu dar permissão ao novo presidente Donald Trump para encerrar definitivamente a aventura globalista. O ciclo de expansão progressista toca a seu fim. A entropia cultural woke chega a sua dissolução, pressionada pela mola dupla do conservadorismo oriental e a volta aos valores constitucionais “jacksonianos” do novo presidente Donald Trump.
Trump recupera a sua vez, em este novo inicio de reorientação mundial, a figura do assassinado presidente McKinley e sua imposição de taxas alfandegarias para proteger e criar industria nacional, mas sem a procura dum padrão ouro. Pela contra o novo presidente ameaça com guerra económica total a quem tente por em dúvida o poder global do dólar.
Em esta guerra global – um grande perdedor surge: a Europa onde os restos do poder globalista se protege.
O que poucas pessoas entenderam é que não resulta tão claro relacionar a chegada de Trump ao poder com uma rutura total com o velho estado na sombra, nascido durante o império britânico. Os relacionamentos da nova administração com os grandes conglomerados corporativos nascidos desse poder (as Grandes Energéticas, Grandes Tecnológicas e Grandes Poderes Financeiros) sugere, para um olhar mais atento, que esta aliança segue em pé. E que em realidade o que ocorre é que as elites deste poder, que magistralmente retratou no seu livro Carroll Quigley (“The Anglo-American Estabilishment”) tomaram a decisão de, em um movimento centrípeto para o seio do continente norte-americano, voltar seus esforços ate uma raíz e, a partir de aí, reorganizar suas forças.
Tomando de modelo a ideia do fascismo corporativo do poeta e dramaturgo italiano, Gabriele D’Annunzio, impulsar um poder forte neo-fascista, onde por meio duma agenda imperativa o poder corporativo anglo-americano possa tomar nova dimensão territorial, em este momento de encruzilhada, onde as novas realidades e novas delimitações todavia não foram estabelecidas. Necessidades levaram a esta elite a apoiar o projeto Trump – de neo-império norte-americano.
Um neo-império que precisa controlar todo o norte da América (daí a proposição de anexar o Canada), controlar a parte da rota do Ártico (plataforma a tornar-se mais habitável com a mudança cíclica do clima) daí a necessidade tomar pose da Gronelândia (além da necessidade de terras raras, fundamentais para o novo desenvolvimento tecnológico). Controlo das rotas do Pacifico, daí a necessidade de controlar o canal de Panamá…
O problema é que por necessidades internas de soberania económica, militar, cultural e cientifico-tecnológica, os países desse ainda confuso termo de Sul Global – encabeçados pela Rússia e China (o que alguns analistas com Alfredo Jalife levam a chamar o novo ordem em cernes - Ordem Tripolar) esse novo poder concorrente precisa dum modelo em contra, para evitar os poderes corporativos privados anglo-americanos tomem conta das suas economias e dos seus domínios.
Por causa dessa necessidade o novo poder emergente começa a caminhar em favor dum neo-socialismo, que tem por modelo o socialismo de mercado chinês. E não sabemos ate que ponto esse dous modelos podem coexistir ou, no melhor dos casos, embater em zonas de fricção nos bordos…. Sendo o pior dos casos uma determinada zona de fricção como o Oriente Médio (para o Sul Global agora denominado Ocidente da Ásia), pela sua delicada configuração, possa derivar em uma embate regional – com impossibilidade de solução dialogada, que leve a uma guerra regional – que possa converter-se em global.
Este é o nó de Gordias ou nó gordiano: poderão coexistir, com suas dinâmicas divergentes, o novo sistema neo-fascista e o novo sistema neo-socialista (ambos totalitários) em este momento de grandes mudanças?
A única solução seria uma Nova Convenção de Yalta (Um Yalta 2,0) Para isso seria preciso uma aproximação inicial em campos, onde ambos contendentes possam chegar algum tipo de acordo.
A guerra Ucrânia parece outorgar, a inicial, possibilidade. Trump que não se importa tanto com uma derrota da NATO e Putin que pode bem apoiar acordos com a nova Europa que Trump tenta criar impulsando a nova direita neo-fascista europeia.
A este nível a doutrina Dugin, de aliança pardo-vermelha (que permite ao Krelmin tanto estar a bem com Viktor Orban, como apioar a Nicolás Maduro) tem viabilidade. Mas em outros entornos cria muitos problemas e, mesmo, se torna inaplicável. Dai que a influência de Dugin (ao contrario do que acredita muitos analistas) nunca tenha sido tão poderosa dentro do círculo de poder interno russo.
O poder de Trump na Europa não pode ser menosprezado. As eleições na Roménia, anuladas por vencer um candidato “soberanista” (com acusações de ingerência russa), que mantinham o anterior presidente da Romenia Klaus Iohannis no poder, por pressões de Bruxelas, podem agora ser, em segunda volta, renovadas?. Sobrou com uma vista, no sábado 8 de fevereiro do enviado especial do presidente Trump, para que Ionhanis, no dia seguinte, domingo 9 fevereiro demiti-se. Isto abre a possibilidade de termos uma segunda volta eleitoral? E mesmo a possibilidade do candidato vencedor Calin Georgescu, possa obter outra vitoria?
Na América Latina, surge um difícil acomodo. Trump precisa do controlo total do continente. Rotas de grande parte do Atlântico Sul, parte do Ártico, da Antártida e parte do Pacífico. Assim como de todas as riquezas da zona. EUA precisa que todos os países da América Latina trabalhem em favor da maquinaria industrial norte-americana. Isto anula a independência da América do Sul, comandada pelo Brasil. EUA não pode permitir um desenvolvimento brasileiro autónomo em industria, tecnologia e ciência.
Mesmo Brasília tenha cedido parte da sua autonomia militar, resguardando-se debaixo do “guarda-chuvas nuclear” norte-americano. Isso não é suficiente para Washington, que precisa todas as riquezas do sul do continente ser encaminhas para o centro norte-americano, voltando a América Grande de Novo. Esta situação impede uma Supremacia económica, cientifico e tecnológica do Brasil, que pudera criar um centro dinâmico na América do Sul, em aliança com o Sul da África e a Índia (o famoso IBSA, como já temos falado em outros artigos)
China e Rússia precisam dum Brasil com suficiente independência, para levar a frente seu projeto de novo organograma multipolar abrangente. A defesa da soberania brasileira da Amazónia, forma parte do mesmo projeto de defensa da soberania russa sobre Sibéria.
O trunfo de Milei e a cesao da soberania argentina ao poder norte-americano, com o grande enfraquecimento da sua economia, desenvolvimento militar, tecnológico (incluído o último hakeo aos planos secretos do seu programa nuclear pacifico) e social, já operando nos últimos decénios e acrescentado neste último ano (com a criação duma base militar norte-americana na Patagónia)… Resulta num mui mau pronóstico para cooperação precisa dos dois gigantes da América do Sul, vital para o desenvolvimento autónomo da região.
As redes do movimento sionista – evangelista, judeu e as redes da direita norte-americana trumpista vão favorecer Milei a afiançar seu poder na Argentina, tentando impor finalmente em Brasil um candidato presidencial pró Trump. O poder mais soberanista do Brasil, terá de unificar-se, a direita e a esquerda, para evitar ser arrastado em esta corrente, contraria a seus interesses. Rússia e China tem necessidade de apoiar Brasil.
Por sua parte, semelha a aliança Russo-Chinesa-Iraniana, ter-se solidificado, por causa da velha administração Biden, impulsar a guerra na Ucrânia e a guerra económica contra a China. Achegando mesmo a Rússia a Coreia do Norte (totalmente isolada, a exceção da China). A guerra económica – Tecnológica de Trump contra a China precisa conter Beijing no mar da China, impedindo Taiwan se possa integrar de novo no centro continental (em este sentido agenda Trump condiz com a de Biden – Na prioridade de tombar Rússia, não. A prioridade para Trump é China)
Derrubar as rotas da seda chinesa são aqui uma prioridade de Trump. Mas vão encontra dos interesses da Rússia cujas interconexões na região, com Irão, Índia, China e as ex-repúblicas soviéticas são vitais para a sobrevivência do novo projeto de poder mundial russo.
Renovar os acordos de Abraão interrompidos pelo ataque de Hamas do 7 de outubro de 2023 e a guerra de Gaza. Diluir a remota possibilidade dum estado palestiniano e minorar o poder persa na região é vital para Trump. Manter a hegemonia nuclear de Israel, assim como validar e impulsar o Grande Israel é um avanço fundamental para esta política, iniciada em seu dia pelo genro de Trump, Jared Kushner (que forma parte do conglomerado empresarial que quer expulsar os palestinianos de Gaza) é agora renovada. Esse poder israelense choca com o poder iraniano e, mesmo com a nova ideia de neo otomanismo turco.
O poder turco e do Catar se tem tornado uma dor de cabeça para Rússia e o Irão e mesmo para a Arábia Saudita. O derrubo de Al-Assad na Síria por iniciativa da irmandade muçulmana (a qual Erdogan pertence), apoiados militarmente em Turquia e financeiramente no Catar, tem criado um grande “medo” nos sauditas e um grande atrito com a Rússia e o Irão.
China logrou criar uma ponte entre os persas e os sauditas, e unificar as fações palestinianas (vital para a resolução dum hipotético estado palestiniano), ao tempo que realiza bons negócios com Israel.
Israel precisa asfixiar economicamente os palestinianos, fazendo Trump pressionar Catar que auxilia ao Hamas (membro da fraternidade muçulmana) e, a um tempo derrubar o poder militar persa que trabalha no eixo da resistência em todo Oriente – e ajuda o braço armado do Hamas (daí os serviços secretos israelenses eliminar os membros de Hamas mais favoráveis a aliança com Irão, deixando vivos os mais próximos do Catar)
Rússia, com sua renovada aliança estratégica com Irão precisa dum Irão forte para contrabalançar o poder turco e o novo tabuleiro fragmentado na Síria, assim como para afiançar suas rotas comerciais com a Ásia Central e a Índia. Com a Índia acaba de subscrever um grande mega acordo energético.
Todas estas áreas de fricção, em todos os continentes dificultam um acomodo geopolítico global entre estes dous novos poderes totalitários. E possibilitam, na mínima fricção, futuras guerras.
Depois destas guerras, demolição de fronteiras e novas demarcações, terá de haver uma nova Convenção onde será delineada a nova estrutura de poder mundial.
Melhor si pode ser sem guerra global. Se for com guerra global – neo-fascimo e neo-socialismo lutaram por impor-se um ao outro. Se for sem guerra global, nessa nova Convenção se delimitaram os marcos de ambos sistemas, que terão que conviver numa nova guerra fria.
Nessa futura Convenção terão de participar os novos grandes poderes: EUA, China, Rússia, Índia e Sul-África.
Brasil para poder participar terá de resolver primeiro tomar corpo suficiente para impor sua agenda na América do Sul, sem prejuízo total para os EUA, ainda que com pequeno prejuízo de ter que permitir Washington a Brasília tomar pose como aliado seu do Sul do continente.
Europa ficará sem assento.
O fortalecimento dum eixo Brasil -índia -Sul África será fundamental para fazer de equilíbrio na balança, entre estes novos dous poderes mais totalitários, permitindo um modelo mais social democrata, recuperando aquele modelo europeu da guerra fria eliminado quando a queda da URSS e o surgimento da unipolaridade globalista.
Façamos nós nosso melhor para como cidadãos impulsar este acomodo, entre os novos poderes, evitando uma grande e mundial guerra
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