A NOVA REALIDADE DO SUL-GLOBAL - por Artur Alonso

 



Simão Bolivar sempre acreditou, que na altura histórica em que seu movimento libertador estava a organizar as Independências de América Hispana, a Grão Bretanha como faro civilizacional trazer-ia a modernidade as suas terras. Ajudando as novas naçoes a desenvolver um mercantilismo sustentável, como base dum comércio mundial justo e equitativo. Chegou a pensar um dos problemas da “nossa América” ser o excesso de população indígena e crioula, que manifestava pouco ou nulo entusiasmo com as dinâmicas inovadoras do capital mercantilista.
Morreu o libertador sem chegar a entender o jogo dos britânicos, e a utilização do Poder Maçónico na América do Sul e o México, como células do entusiasmo revolucionário, para criar um neo-colonialismo centrado na exploração das ricas matérias-primas do continente, negando-lhe a esta região o acesso ao desenvolvimento cientifico – tecnológico da época; para manter estes territórios reféns do poder central de Londrês.
Madero no México sim era consciente do carácter imperial do poder britânico, e por isso sua alianças com o Kaisser alemão. Infelizmente o poder britânico – norte-americano matou Madero em 1913, e em 1914 estalou a I Guerra Mundial. Algum dia, os historiadores, estudarão mais a fundo esta aliança tática, e a sequência não casual da morte de Madero e a posterior conflagração na Europa.
Lorde Palmerston foi uma das mais activas persoalidades, precisamente a morte de Bolivar, que trabalhou com firmeça para levor a frente o já planificado programa de desmembramento da Grande Colômbia, sonhada pelo Revolucionário venezuelano. Entre os pedaços a ser dizimados do tronco comum, destaca a Guiana e o tristemente famoso Essequibo, hoje em disputa.
Mais o sul as ilhas Malvinas, também foram alvo destes forçados desequilíbrios imperiais do poder britânico, para controlar o continente, através do confronto interno (entre irmãos do sul da América) para impor a falsa necessidade de um poder exterior regulador. Encobrindo, por séculos o saqueio, como ineficiência própria dos habitantes da região.
Este estigma criado pelo poder Imperial Ocidental anglo-saxão, apenas a dia de hoje, começa a ser retaliado, em todos os cantos do planeta. Os povos começam, apenas em este século, a entender o engano. E, a causa desta nova aprendizagem o confronto entre o mundo unipolar da anglosfera e o multipolar do Sul Global está em pleno desenvolvimento.
E, como semelha estar este antigo poder hegemónico, hoje, em decadência e as alianças do Sul Global, a pesar do precário ainda do caminho para consolidar laços mais confiáveis, aparentam, devagar ir-se acomodando, solucionando problema a problema, os retos que o velho Império ainda lhes impõe; pelo que tudo aponta a esta mudança ter já começando.
O pior par ao velho “hegemom” é ainda não ter-se apercebido de que no famoso tabuleiro de xadrez de Zbigniew Brzezinski, a partida virou para evitar mover um só ator todas as peças (brancas e negras). E os tempos já não aparenta os possa marcar Washington ou Londres, se não que outros atores criam melodia e fazem bailar (em diversas regioes do planeta) aos amigos da anglosfera ao som de compasses, onde o movimento de cintura (mais expressivo do Sul-Global) faz movimentar-se muito melhor as cadeiras… Fazendo que os novos dançarinos comecem a gostar mais dos ritmos tropicais que do rock and roll…
Vamos a estar atentos a todo este acordar daqueles que em seu dia foram periféricos…

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